O Poder do Mercado Feminino
As mulheres aumentaram participação no mercado de consumo e, com força total, na Classe Média Brasileira. Esse mercado feminino demonstra suas necessidades, preferências e oportunidades de investimentos e negócios
Não são apenas salto alto, joias, maquiagem e salão de beleza os assuntos que permeiam e tomam a atenção do imaginário feminino. Certamente, estes são acessórios - muito embora indispensáveis -, da mulher moderna, que hoje é profissional, mãe, esposa, aprendiz e mestra e, também, vaidosa e consumidora.
Por décadas a mulher carregou o estereótipo de consumista de banalidades, vislumbrada com uma tarjeta de cartão de crédito e as possibilidades e portas que ele poderia dar e abrir.
Hoje, a mulher moderna é consciente do seu poder de compra. Tanto é verdade que recente pesquisa, realizada pela Editora Abril, mostra que 84% das entrevistadas pesquisam o preço dos produtos antes de efetivar uma compra, e que este fator (o preço) é o mais importante critério para escolha de um produto. A mesma pesquisa revela que a mulher concentra a maior parte dos seus esforços na família, e quando o assunto é pagar a faculdade dos filhos no futuro, 89% delas dizem-se preocupadas e 88% buscam ter estabilidade financeira. E educação também passou a ser um ponto importante para ela. Em 2001, 42% das entrevistadas tinham o Ensino Médio ou Superior. Sete anos depois, esse número passou para 50%. Os produtos podem até ser caros, mas se vieram para facilitar sua vida, 51% das entrevistadas não hesitam em comprá-los.
As principais aspirações das mulheres para o próximo ano estão relacionadas à comunicação, lazer e inclusão digital. Eletrodomésticos estão na lista de 83% das entrevistadas; máquinas fotográficas digitais, home theater e TV LCD são o sonho de 73% das mulheres; notebook, de 38%; planos de saúde, 15%, e seguro de automóvel e de vida, de 9% das consumidoras ouvidas.
Mas como nem sempre essas compras poderão ser efetuadas à vista, 63% delas parcelariam em mais de sete vezes a compra da máquina de lavar roupas e 71% adquiririam uma geladeira no crediário.
Consciente e exigente
Sensações e emoções experimentadas no momento da compra também influenciam na decisão do consumidor e por sua fidelização. “Criar essas experiências requer conhecer profundamente o consumidor, pois o desafio é principalmente surpreendê-lo quando estiver mais predisposto à compra”, pontua Heloísa Omine, sócia-diretora da Shopfitting, empresa especializada em Store Design, Visual e Merchandising e Marketing Sensorial, palestrante durante evento em comemoração pelo Dia Internacional da Mulher, que reuniu 1.200 empreendedoras de vários pontos do Estado, integrantes de câmaras da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios da Federação do Comércio do Paraná, em março passado, em Curitiba.
Relações a longo prazo com o cliente são construídas com um atendimento personalizado e amigável. Tanto é verdade que 53% das entrevistadas na pesquisa da Editora Abril, disponível no site da empresa na Internet, dizem-se fiéis às marcas que gostam. E marca é elemento fundamental quando se trata, por exemplo, de perfume, sapatos e roupas.
E são esses os itens que estão no topo da lista dos que elas mais compram por prazer: 84% roupas, 69% bolsas e sapatos e 67% perfumes. Como nem sempre beleza é sinônimo de bem-estar, no ato da compra 69% das consumidoras priorizam roupas confortáveis e que atendam ao seu gosto pessoal.
A consciência das consumidoras também foi à mesa. A pesquisa revela que a alimentação não é mais vista como necessidade básica, mas que se trata de um meio de transformação de vida. As mulheres dão mais valor às informações nutricionais, validade do produto e procedência, além da relação que a marca tem com a sustentabilidade.
Casa e Conforto
Conforto é um dos itens recorrentes na pesquisa, seja na vestimenta, ou nos itens para casa. Esta é a opinião de 81% das entrevistadas, que investiriam dinheiro para ter uma casa ainda mais bonita e aconchegante. Para isso, 87% incrementariam a cozinha, 64% gostariam de ter quartos e cômodos maiores, 28% teriam um jardim e 19% investiriam em mais pintura e acabamento.
E os cuidados com o lar não param por aí. Elas também acreditam que roupas de cama, sofá, cortinas e armários são fundamentais para deixar a casa ainda mais bonita.
O comércio precisa se perguntar, constantemente, como o seu empreendimento está inserido nesta nova realidade de consumo e de mudanças de desejos. “A inovação nos formatos varejistas, cada vez mais, demonstra entendimento dos hábitos e das mudanças da atualidade. Sintonia com a contemporaneidade é a inspiração para negócios próprios”, avalia Beth Furtado, autora de “Desejos Contemporâneos – Patchwork de tendências, ideias e negócios em tempos de paradoxos. Os dados da pesquisa realizada pela Editora Abril podem servir como norte para colocar a mulher da Classe C no foco dos negócios.
Marca é fundamental, principalmente para os seguintes itens:
63% perfume
54% sapato
47% roupa
Fonte: Editora Abril
Objetos e móveis que vê como fundamentais para deixar a casa mais bonita
54% roupas de cama
53% sofá e poltrona
50% cortina
46% armários
Fonte: Editora Abril
Silvia Bocchese de Lima
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