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Múltiplo Emiliano

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 Obra completa de Emiliano Pernetta* é reunida em livro recém-lançado e revela as multifacetas do escritor Ele foi Mínimo mas também foi Máximo de Tyro, prosador e poeta, elevado à realeza e chamado de medíocre, crítico do clero, abolicionista, republicano, influenciado pelo parnasianismo, um dos fundadores do simbolismo paranaense, enaltecedor do satanismo, místico e, convertido ao cristianismo no fim da vida. Considerado o principal escritor do Paraná das três primeiras décadas do século XX, Emiliano Pernetta foi múltiplo e tornou públicas suas diferentes formas de pensar e escrever. Ele teria vivido o que Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas disse ser o importante e o bonito do mundo: “as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou".  PESQUISAS Foram motivos distintos que instigaram o interesse dos professores Claudecir de Oliveira Rocha e Iva

Mensageiro do spray

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 Com trabalhos em todos os estados brasileiros e em 24 países, Fernando Ferlin, o Gardpam, quer levar sua arte e mensagens ao mundo Ao relatar episódios da ditadura uruguaia em O Livro dos Abraços , Eduardo Galeano revelou que a comunicação neste período era um delito, mas que “quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada pelos demais.” Quando se trata de se comunicar por meio da arte, o paranaense de Colombo, grafiteiro muralista, especializado em arte de rua e em desenhos personalizados, Fernando Ferlin – mais conhecido por Gardenal ou Gardpam, como assina seus trabalhos – não encontra fronteiras ou limites que o impeçam de expressá-la. Fora dos canais artísticos tradicionais, tem sido em paredes

A dona do riso paranaense

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Conheça a história da atriz Odelair Rodrigues, pioneira na televisão e estrela maior do teatro do Paraná Um dos mais conhecidos e impactantes palhaços do cinema, Charles Chaplin, dizia que, de maneira recorrente, fazia uso do artifício da brincadeira para dizer verdades. “Você teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando. Muitas vezes falei como um palhaço, mas nunca desacreditei na seriedade a plateia que me ouvia sorrindo”.  Reprodução da foto publicada no livro Odelair Rodrigues . A imagem mostra ela e Ary Fontoura Assim como Carlitos, foi nos palcos e na televisão que a atriz curitibana Odelair Rodrigues arrancou o riso das plateias e do público com seu humor peculiar e sorriso largo, rompeu barreiras, lutou contra o bullying, a pobreza e o preconceito racial. Foi voz, presença e corpo político nos palcos, viveu e amou o teatro intensamente sem, necessariamente, expor suas cicatrizes. Dedicada aos estudos, concluiu o Curso Primário no Grupo Escolar Vila Mimosa, em dezembro d

A curitibana Guerra do Pente

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Violentos conflitos ocorreram na capital paranaense em 1959 durante três dias, motivados pela não emissão de uma nota fiscal   Fazia apenas oito dias que a Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná havia realizado o primeiro sorteio da campanha “Seu Talão Vale um Milhão” – uma estratégia do governo Moysés Lupion para aumentar a arrecadação de impostos. Era oito de dezembro de 1959 e o burburinho sobre o novo milionário curitibano, Hamilton Constantino, e os demais premiados tomava os jornais e o boca a boca pelo estado.  No mês seguinte, logo após a virada do ano, já seria possível trocar cada três mil cruzeiros em talões fiscais por cupons e concorrer em um novo sorteio. Ninguém queria perder a oportunidade e, em cada nova compra realizada, um talão fiscal era solicitado. A legislação vigente dava conta que o empreendimento comercial era obrigado a fornecer a nota sempre que a compra ultrapassasse o valor de 50 cruzeiros. Mas naquela terça-feira de dezembro

À memória do café

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  Primeiro museu do Sesc no estado é dedicado a preservar e relembrar a história que marcou o Paraná Museu do Café, em Londrina Quantas narrativas cabem em um único prédio e quantas histórias podem ser contadas tendo como pano de fundo a cultura cafeeira? Para permitir que a memória coletiva de Londrina e região seja preservada, utilizada para pesquisas acadêmicas, documentação, conhecimento, acessibilidade de informações, promoção da diversidade cultural, o Sesc PR se propõe a evocar a centenária cultura cafeeira paranaense e de seus inúmeros personagens. Com a inauguração do Museu do Café, a instituição passa a ser uma espécie de guardiã do patrimônio cultural local e regional e a desempenhar um papel essencial na educação, na preservação da cultura e da história do café, além de, certamente, enriquecer a experiência humana.  O Museu do Café traz, além das histórias já contadas, um olhar para aqueles personagens vitais para a cafeicultura e para o desenvolvimento de

Pedagoga do Café

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 Pedagoga por formação e missão, a cafeicultora é sinônimo de compartilhar conhecimento e saber gerir A essência do pensamento do influente pedagogo suíço do século XVIII, Johann Heinrich Pestalozzi, diz que o verdadeiro conhecimento não se trata de uma posse a ser mantida para si mesmo, mas deve funcionar como uma chama a ser compartilhada para iluminar o caminho de outros. A cafeicultora Cornélia Margot Gamerschlag, filha e neta de suíços, pedagoga por formação, tem cumprido com maestria o conselho de Pestalozzi e sido luzeiro por onde passa. Cornélia Margot Gamerschlag Nascida em Marília, região Centro-Oeste de São Paulo, mudou-se para a Suíça quando tinha 15 anos – uma tradição familiar – e lá permaneceu até concluir o Ensino Médio e a sua graduação. “Eu me criei numa fazenda de café e como meus pais eram suíços, eles queriam que os filhos tivessem a oportunidade de conhecer outro país e todos nós, os cinco filhos, ao completarmos 15 anos, fomos para a S

Futuros médicos

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  Alunos do cursinho pré-vestibular do Sesc PR são aprovados em Medicina, na UEL Medicina. O curso mais disputado no vestibular de uma das melhores universidades do Brasil, a Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi o mais concorrido do último vestibular. 7.621 candidatos disputaram uma entre as 40 vagas do Sistema Universal (SU), uma concorrência de 189,53 candidatos por vaga. Outros 2.464 estudantes concorreram a 40 vagas destinadas aos grupos do Sistema de Cotas. Entre os 10.085 alunos que disputaram uma das 80 vagas do vestibular da UEL, dois alunos aprovados no curso de Medicina são do cursinho pré-vestibular do Sesc Londrina Centro: Raphael Ribeiro Lopes e Lavínia Vitória de Melo Nogueira.  SONHOS Enquanto fazia aulas do terceirão pela manhã, Raphael estudava no cursinho do Sesc à tarde e contou que desde muito pequeno tinha vontade de se tornar médico. “Sempre tive a Medicina como um sonho, mas era algo muito distante da minha realidade familiar. O Sesc s