“O Dragão” emocionou público do Festival Palco Giratório

O conflito bíblico-familiar entre israelenses e judeus de séculos anteriores à Era Cristã é o pano de fundo de “O Dragão”, um espetáculo teatral da companhia Amok Teatro, que se apresentou ontem (10), no Festival Palco Giratório do Sesc Paraná, no Teatro do Sesc da Esquina.

“O Dragão” emociona e inquieta o público com testemunhos de quem ainda é vítima da disputa territorial na Palestina e apresenta a voz materna das duas nações clamando por um cessar. O espetáculo é parte de uma trilogia, que compõe, ainda, “Kabul” e “Guerra na Sérvia”.

Fabianna de Mello e Souza, integrante do elenco, salienta que a montagem do texto foi realizada com base em pesquisas e testemunhos reais de quem viveu os atentados em agosto de 2002. “Como atriz, me sinto engajada e pertencente a esta história. Esta é uma oportunidade em falar da humanidade, das perdas, da violência e da opressão”, pontua.

Para o ator francês Stephane Brodt o teatro revela o humano, abre janelas, e possibilidades do público se identificar com os personagens. “Através de uma voz é possível ouvir outras vozes”, diz Brodt. O ator lembra que apesar da história apresentada ser ambientada no Oriente Médio, é possível que o público brasileiro também visualize suas mazelas, seus conflitos e identifique-se com o sofrimento retratato.

Hoje, o Festival Palco Giratório do Sesc Paraná apresenta “Kabul”, às 20 horas, também no Teatro Sesc da Esquina.

Silvia Bocchese de Lima