Hipócrita!
HIPÓCRITA! O grito está preso na garganta! Que multidão é esta que me cerca, que rodeia o mundo com tamanha falsidade?
O poeta já cantou que da burguesia não se obtém um bom perfume. Ela realmente fede, mas o pior odor, o que cheira à podridão, é o da hipocrisia, que está impregnado em integrantes de diferentes classes sociais, credos, cores e poderes.
Hipocrisia que o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa denota como o “caráter daquele que carece de sinceridade; pessoa falsa e que dissimula as verdadeiras intenções, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui”. E se podridão é o estado que revela completa perda de senso moral, de honestidade e de honra, volto a dizer que a hipocrisia e seus acometidos são fétidos!
Plagiando o escritor do século XVII, Gregório de Matos, o que falta nesta cidade? O que falta ao ser humano, aos políticos, líderes, colegas de trabalho, e aos moribundos que de tão perto nos perseguem? Verdade, honra e vergonha!
Falta vergonha ao deputado federal, que em quatro anos de mandato, obteve rendimentos de aplicações financeiras superiores a 3.520%. São fingidos os religiosos que declaram amor ao próximo e fazem acepção de pessoas. Falta honradez a um parceiro que não admite uma traição, mesmo a tendo cometido. São hipócritas os filhos que criticam ações e comportamentos dos progenitores, mas cotidianamente repetem os mesmos atos e as atitudes que não condenam em casa. Usam máscaras aqueles que fingem crenças, virtudes, sentimentos, ideais e comportamentos. São hipócritas os eleitores que vendem sua cidadania para obter benefícios individuais em detrimento do coletivo. Eu amei um hipócrita e estou sendo uma, ao usar uma arrogante máscara de frieza ao falar-lhe, mesmo o amando como ainda o amo.
Silvia Bocchese de Lima
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