Estacionamento

Acessibilidade manterá vivos os centros

de grandes cidades

Rodando pelas ruas de Curitiba, somam-se 788.839 automóveis, segundo dados divulgados, no início de janeiro de 2009, pelo Detran-PR (Departamento de Trânsito do Paraná). Se todos os proprietários destes veículos decidissem estacionar no centro da capital paranaense em uma mesma manhã, a cidade viveria um verdadeiro caos. Para este número de carros existem, de acordo com coordenador do Estar, Pedro Luiz Rosso, 8.103 vagas controladas no anel central e nos bairros Bigorrilho, Portão e Batel.
Para Hélio Cerqueira Junior, sócio-proprietário da Estapar Estacionamentos, fazem-se necessárias medidas urgentes para que o centro e o comércio de Curitiba não venham a padecer. Ele cita como exemplo São Paulo, cujo centro tradicional era vivo e devido à falta de acesso, empobreceu. “Não existe vida na cidade se não houver acessibilidade e estacionamento e os grandes centros comerciais morreram devido a isso! Impedir o trânsito de carros é matar a cidade, é matar o comércio”, avalia.
O empresário também lembra que booms imobiliários, como o que ocorreu no primeiro semestre de 2008, tendem a agravar a carência por vagas. “Diversos estacionamentos estão localizados em terrenos e em galpões adaptados e como já aconteceu, muitos desses foram destinados à construção de prédios e não houve uma nova disponibilidade de espaços”, salienta.


Medidas necessárias
Quando questionado sobre as medidas necessárias para serem aplicadas em Curitiba, Cerqueira Júnior, defende a revisão do atual Plano Diretor para o centro e elaboração de um novo, contemplando áreas de estacionamentos subterrâneos. “Curitiba precisa de, no mínimo, sete garagens no centro, construídas em regime de concessão pública, sob praças e avenidas”, acredita.

Além disso, Cerqueira Júnior revela ser indispensável a adoção de um sistema de tecnologia, visando à transparência e à rotatividade de vagas. “A transparência não deve ser apenas para quem fiscaliza, mas em todo o processo de arrecadação, uma vez que o sistema manual dificulta o controle”, diz.


Case de Sucesso
Incentivo à rotatividade, democratização do acesso ao estacionamento público e respeito da população aos parquímetros, faz de Porto Alegre, capital gaúcha, elogiada no mundo todo. Lá, a Estapar opera a “Área Azul Eletrônica”, administrando 3.500 vagas parquimetradas. Este equipamento é similar aos adotados em mais de quatro mil cidades no mundo e permite autonomia ao usuário na obtenção do tíquete e horários fracionados. No Brasil o número de cidades atendidas com esta tecnologia já soma 12.“Nem sempre a quantidade de vagas é importante. O essencial é que elas estejam bem localizadas, onde há demanda superior à disponibilidade de vagas e isso acontece em Porto Alegre”, enfatiza o empresário.


Estapar
Apesar de ter nascido no Paraná, no início da década de 80, a Estapar opera 135 mil vagas e 560 estacionamentos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Goiás, Pará e também, no estado de origem. Hoje, é considerada a maior empresa de gestão de estacionamentos da América Latina, realizando atendimento em via pública e em locais privados, pagos e gratuitos, além de formar mão-de-obra qualificada para trabalhos em estacionamentos.

A empresa também atua na consultoria para empreendimentos, elaborando estudos de viabilidade econômica e operacional do estacionamento.

Silvia Bocchese de Lima
Revista Fecomércio PR - Edição nº 69
Janeiro e Fevereiro/2009