Qualificados para bem receber


Quando o assunto é turismo, país ainda esbarra em falta de estrutura, qualificação da mão de obra, acesso e preços. A avaliação é do ministro do Turismo, Gastão Vieira, em entrevista à Revista Fecomércio PR


As dificuldades estruturais, de acesso e preço são problemas constantes no Brasil quando o assunto é turismo. A expectativa pelos grandes eventos esportivos, que ocorrerão em 2014 e 2016, passa, sobretudo, pela necessidade de mão de obra qualificada.
Ministro Gastão Vieira
Crédito: Nilson Santana
Dos grandes eventos ficarão os legados de estrutura e os de imagem, mas nenhum deles virá de graça. Todos dependem de esforço constante do governo e da sociedade brasileira. Segundo dados do Ministério do Turismo, o governo federal está investindo mais de R$ 7 bilhões em infraestrutura em, aproximadamente, quatro mil municípios. Grande parte desses recursos são em obras de acesso e pavimentação. Além disso, seis aeroportos foram concedidos à iniciativa privada e quatro deles estão em fase de ampliação. Outros 13 estão em obras nas cidades-sede das competições.
Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas será uma oportunidade ímpar de exposição internacional do Brasil e de aumento do fluxo de turistas.  “A política de turismo do Brasil precisa ir além, no pós-Copa. Precisamos de muita mão de obra qualificada para atender aos turistas que virão ao mundial mas, mais do que isso, precisamos de uma mudança permanente na qualidade do nosso atendimento. A sociedade precisa abraçar a Copa do Mundo como um evento de todos os brasileiros e receber bem os turistas”, destaca o ministro.
Para qualificar este contingente de trabalhadores do turismo, da hotelaria e da gastronomia, o governo federal contou com parceiros como o Senac, Senai e institutos federais, além das secretarias de estados, que demandam os cursos. Em novembro, o Paraná formou dois mil alunos por meio desta parceria. “O Pronatec Turismo é um programa fundamental para qualificar a mão de obra para a Copa. Temos 54 cursos ligados ao receptivo turístico, uma das maiores carências do Brasil, oferecidos em 120 municípios”, salienta.
O programa já realizou 91.941 matrículas e a previsão é que mais 61.439 sejam feitas até o fim deste ano. No Paraná, 3.592 alunos já foram qualificados. O ministro revela que até julho de 2014 serão ofertadas mais 157 mil vagas em todo o país. “Precisamos ter para o turismo um programa de formação continuada de profissionais de nível superior, nos moldes do Ciência sem Fronteiras, além dos cursos profissionalizantes como os oferecidos pelo Pronatec”, conta o ministro. Pensando nisso, o Ministério do Turismo estabeleceu um programa de cooperação com Portugal para treinar estudantes de turismo durante dois meses em hotéis afiliados à Escola de Turismo de Setúbal. A primeira turma chega a Portugal no mês de dezembro.
Parque Nacional do Iguaçu
Crédito: Volvo
Na avaliação do ministro, o Paraná não tem problemas diferentes do restante do país, mas está acima da média nacional em competitividade de turismo, que avalia 13 grandes indicadores. A média de Curitiba é de 76 pontos, contra 58,8 pontos da média nacional, segundo o Índice de Competitividade do Turismo, divulgado em dezembro pelo Ministério do Turismo, Sebrae e Fundação Getúlio Vargas. “O Parque Nacional do Iguaçu é o único parque nacional brasileiro considerado em estágio avançado de competitividade turística. O Paraná precisa, agora, de um marketing mais agressivo de seus destinos que estão em larga medida consolidados”, pontua.
Para tornar o turismo mais competitivo e mais barato, o ministro também enfatiza que foram incluídas atividades características do turismo no Plano Brasil Maior, que desonerou a folha de pagamento dos setores de transporte aéreo, rodoviário de passageiros e da hotelaria. “Isso deu confiança aos empresários, sobretudo na hotelaria, para investir no próprio negócio”, diz.
O ministro também lembra que o ministério está estimulando o aumento da oferta e, em setembro deste ano, relançou o programa Viaja Mais Melhor Idade, que visa equacionar a sazonalidade, uma vez que estimula viagens em baixa temporada. “Ao fazê-lo, reduz-se a desocupação de assentos em aviões e leitos de hotel, o que faz o preço cair”, conclui.

Texto: Silvia Bocchese de Lima
Revista Fecomércio PR nº 97



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