Protagonismo Social

Na sexta edição do projeto Vivência Autoral, o Sesc PR promove o encontro de educadores,
comerciários e comerciantes de todo o estado para troca de experiências e saberes,
formação continuada e atualização


Não se acende uma luz para escondê-la. Para que ela possa iluminar um espaço, é preciso colocá-la em um local apropriado. Assim é com um professor em sala de aula. É necessário para o desenvolvimento da educação, torná-lo e permitir que seja protagonista, líder do processo pedagógico, focado na aprendizagem do aluno e no desenvolvimento de propostas didáticas diferenciadas.
Pelo sexto ano consecutivo, o Sesc PR realizou em agosto, no Sesc Caiobá, o projeto Vivência Autoral – uma reunião anual de boas ideias e de pessoas que fazem a diferença onde atuam, além de promover a formação continuada de 300 profissionais envolvidos, sejam eles colaboradores do Sesc ou professores das escolas municipais e estaduais.

Desde o ano passado, o evento também reúne pessoas que atuam no projeto Comércio em Movimento. Foram ainda convidados a participar, empresários do comércio e comerciários. Todas as temáticas que permearam oficinas, apresentações de cases e palestras foram focadas no protagonismo social e na inovação.

Para a diretora de Educação, Cultura e Ação Social do Sesc PR, Maristela Carrara Bruneri, o Vivência Autoral possibilita a troca de experiências e proporciona riqueza de vivências. “O tema abordado neste evento é de extrema importância e trabalhar com os educadores, que são essenciais para o crescimento do país, é ainda mais importante. Vivemos aqui trocas de experiências, compartilhamos uma riqueza de vivências e aprendizados”, destaca Maristela.
Projeto Vivência Autoral

Compartilhar conhecimento
De acordo com o gerente de Educação do Sesc PR, Adriano Trentin, com o evento a instituição pretende reunir profissionais de todo o estado e os que trabalham em parceria com o Sesc nas atividades de educação e cultura. “O mundo muda em uma velocidade intensa e precisamos nos
adequar a isso. Vemos aqui experiências práticas e distintas que podem despertar o interesse nos alunos e, a partir deste interesse, suprir as necessidades de conhecimento. A ideia é utilizarmos as melhores experiências que são realizadas nas cidades e apresentá-las como uma possibilidade de compartilhá-las por meio de oficinas”, relata.

Somente em 2015, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e as secretariais municipais de educação, o Sesc PR atendeu, em todo o Paraná, mais de 11 mil alunos. Segundo Cassiano Roberto Nascimento Ogliari, chefe do Departamento de Educação Básica da Seed, a parceria com o Sesc no Paraná tem gerado bons frutos e contribuições importantes a alunos e professores. “Meu apelo aos presentes é que sejam mediadores dos ensinamentos aqui vividos. Socializem com os demais professores e sejam multiplicadores. Que possamos ampliar nossa visão e percebermos o que podemos fazer para melhorar e como sermos protagonistas na transformação do nosso entorno”, pontou.

Protagonismo Social
O músico de formação popular e
historiador autoditada, Alemberg Quindins
Na abertura do evento, o músico de formação popular e historiador autoditada, Francisco Alemberg de Souza Lima, o Alemberg Quindins, relatou a experiência desenvolvida na Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, na cidade cearense de Nova Olinda. Quindins foi o criador da fundação, um espaço que proporciona a crianças da região do Cariri o exercício da autonomia. Ele conta que a função principal da fundação é educar crianças e jovens por meio da gestão cultural e do protagonismo social. Esse público é atendido gratuitamente e, na fundação, participa de atividades sociais e artísticas. Não só crianças e jovens foram beneficiados. As ações da fundação chegaram aos demais setores da sociedade, com a pesquisa e preservação da história local, com a documentação dos
sítios arqueológicos e a promoção do turismo na cidade.

Quindins também atuou como consultor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), criando rádios escolares em várias cidades do nordeste e seu trabalho já foi premiado e reconhecido no Brasil e em diversos países. Ele conta que a fundação é equipada com uma cinemateca, produtora de TV, DVDteca, gibiteca, e preocupa-se com a formação recreativa, esportiva, de plateia, técnica e em turismo comunitário, entre outros. “Esta crise que estamos vivendo no Brasil é de conteúdo. Precisamos ter consciência que por mais distante que uma pessoa viva dos grandes centros ela precisa ter acesso ao conhecimento”, acredita Quindins.

O educador também vê a importância da família na formação do cidadão. “A família é a verdadeira instituição de formação e de educação. A escola e outras instituições são complemento da base familiar”, diz.

Vivência Autoral
Construção de Catapulta
Com apenas 20 elásticos para dinheiro, quatro prendedores de roupa, 11 palitos de sorvete, três prendedores de papel, uma colher e fita adesiva é possível levar pra sala de aula o estudo da matemática e da física, construindo uma catapulta.

A colaboradora do Sesc Paranavaí, Suelen Aparecida da Silva, ministrou a oficina “Construção de Catapulta”, e explicou que em sala, o professor pode trabalhar conceitos de geometria, ponto, reta, plano, ângulos, força ou parábola, adaptando o conteúdo de acordo com a idade dos alunos. “A ideia é trabalharmos de maneira lúdica os conteúdos que estão sendo vistos em sala”, conta.

Confecção de bonecas Abayomi
Cumprindo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ministério da Educação que institui o ensino de história e cultura Afro-brasileira e Africana, uma das oficinas foi ministrada por colaboradores do Sesc Pato Branco e Cascavel.

O objetivo foi demonstrar a importância da cultura africana na identidade brasileira, fortalecer a autoestima dos afrodescendentes, contextualizar elementos da cultura africana como ferramenta de ensino. Para isso, foram confeccionadas as bonecas Abayomi, máscaras tradicionais e o jogo de raciocínio lógico Mancala.

Case “A moda e o cinema”
Ao todo, dez oficinas fizeram parte da programação, além da apresentação de oito cases. Entre eles, a oficina “A moda e o cinema”, realizada pelo Sesc Ponta Grossa, que mostrou o trabalho realizado no curso de Corte e Costura. Em uma proposta multidisciplinar, foi despertado o interesse pela história da moda contada por meio do cinema. Foram escolhidos modelos de roupas consagrados em filmes. As peças foram modeladas e confeccionadas pelos alunos. 



Texto: Silvia Bocchese de Lima
Fotos: Ivo José de Lima

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