Comunicação estratégica



 Planejamento, ações e estratégias de comunicação para os próximos anos, foram temas debatidos por assessores de comunicação do Sistema Comércio de todo o Brasil, em Curitiba
  


Vindos de todas as regiões do país, 60 assessores de comunicação das federações ligadas à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foram recepcionados, em Curitiba, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) para o Encontro Nacional de Assessores de Comunicação do Sistema Comércio. A sexta edição do encontro, realizada em maio, foi organizada pela CNC e pela Fecomércio PR.
Segundo a chefe da Assessoria de Comunicação da CNC, Cristina Calmon, a comunicação precisa ser pensada de maneira eficaz no Sistema Comércio. “A comunicação tem papel muito importante. Trata-se de um pensamento inteligente para auxiliar as organizações, como a Fecomércio e as entidades, a se comunicarem melhor com todos os seus públicos, planejadamente”, disse.
O coanfitrião do evento e presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, destacou o histórico do setor de comunicação no estado, resultando na criação do Núcleo de Comunicação e Marketing. “Tudo o que se faz no Paraná é integrado e cada um faz a sua missão; com isso, somamos forças. Integramos as casas para produzirmos mais e melhor. Para que o público tome conhecimento de tudo o que fazemos só é possível por meio da comunicação”, avaliou Piana.
O presidente acredita na integração da comunicação em todo o Sistema Comércio. “Este é o momento de trocarmos ideias daquilo que fazemos de bom, de escutar o que os outros têm de melhor e procurar adequar as nossas necessidades para que possamos melhorar a comunicação. Acredito que em breve, todo o Brasil estará integrado”, pontuou.
Para o consultor da CNC, Paulo Clemen, a integração da comunicação no Sistema Comércio passa, primeiramente, pelos conceitos. “O segundo passo, é fazer com que cada um traga a sua experiência nesta diversidade e que consigamos criar uma convergência de interesses porque a ação das federações é comum em todos os estados”, destacou Clemen.
Segundo a diretora da Rebouças Associados, Nádia Rebouças, planejar não é uma tarefa que qualquer um desenvolva. “Planejar é tarefa para curiosos”, defendeu. “Para ser um bom planejador não é necessário ter só curiosidade, mas se não a tiver, é impossível. Planejamento parte do princípio de entender como as coisas funcionam, como as pessoas sentem. O grande desafio de encontrarmos soluções para o mundo é termos uma visão sistêmica. Planejamento é um processo, precisa ter ousadia, pensamento e originalidade”, complementou Nádia.
Ela pontuou a importância da comunicação nas organizações. “Apesar da comunicação ser indispensável estrategicamente, as empresas dificilmente entendem isso. A comunicação interna é oxigênio, e constrói os caminhos para a evolução da organização, é a marca sendo transmitida, é uma experiência viva”, salientou.
Para Nádia, as organizações só terão resultados diferentes se ousarem pensar distintamente. “A comunicação não verbal também tem voz. Todas as nossas ações comunicam. E todas são um ato simbólico. Toda comunicação não verbal tem o poder de confirmar ou desmentir a nossa comunicação verbal. Hoje, uma empresa só é dona da sua imagem, não mais da reputação da marca”, salientou Nádia.
O assessor legislativo da CNC, Ênio Zampieri, apresentou a Rede Nacional de Assessorias Legislativas (Renalegis), coordenada pela Assessoria junto ao Poder Legislativo da CNC (Apel), e pontou a importância destas ações serem trabalhadas pelas assessorias de comunicação das federações.

Os participantes do encontro puderam, ainda, apresentar cases de ações realizadas em seus estados e participar de grupos de trabalho sobre planejamento de comunicação. Foram expostos os trabalhos do Núcleo de Comunicação e Marketing do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR; o processo de criação e distribuição da Revista Fecomércio PB; o uso da mídia digital pela Fecomércio SC e o trabalho de assessoria da CNC. Além disso, os visitantes conheceram dois espaços administrados pelo Sesc, no Paraná: o Sesc da Esquina e o Sesc Paço da Liberdade.



Sobre os trilhos
O aviso na parede da rodoferroviária de Curitiba já alertava aos visitantes e participantes do VI Encontro de Assessores de Comunicação do Sistema Comércio que “viajar é trazer lembranças inesquecíveis na bagagem”. Foi com esta promessa e um frio de 13ºC que o grupo de comunicadores de todo o Brasil partiu da capital paranaense rumo a Morretes, em uma viagem sobre os trilhos.
A partida foi tímida e silenciosa, apenas com o repasse de orientações turísticas e de comportamento da composição, formada por 20 carros acoplados a duas máquinas. As conversas eram restritas aos companheiros da poltrona ao lado, mas bastaram os primeiros solavancos para a animação começar.
“O ouro verde paranaense – a erva mate – foi o motivador para a abertura da estrada de ferro em 1880, e para sua conclusão, foram necessários cinco anos de trabalho e 480 toneladas de aço vindos da Bélgica”, começou a relatar a guia turística.
Os 68 sinuosos quilômetros que separam Curitiba de Morretes foram percorridos em pouco menos de quatro horas, a uma velocidade máxima de 45 km/h – uma viagem que se contrapõe à celeridade do dia a dia, revelando a beleza da Serra do Mar e da Mata Atlântica.
A viagem incluiu um tour por 13 túneis e pela história dos irmãos Rebouças, notáveis engenheiros baianos responsáveis pelo audacioso traçado da estrada de ferro; passando por Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul – considerado traidor da pátria, morto a tiros no km 65 da estrada. Há seis anos, o erro histórico foi corrigido, o barão declarado inocente, e seu nome foi incluído no Livro de Aço dos Heróis da Pátria.
Hortênsias, bromélias, ruínas de construções, precipícios, rios, quedas d´água, Véu da Noiva, Pico Coroado, Saltos dos Macacos e Viaduto Carvalho. Todo o caminho é um convite ao registro e o desafio é conseguir o melhor ângulo para as fotos, mesmo que a orientação da guia revele: “a alguns metros, à direita, a sua diagonal abaixo, teremos a vista da Represa Ipiranga”.
Na chegada, a turística e hospitaleira Morretes revela aos visitantes o tradicional prato paranaense: o Barreado. A feira dominical serviu para conhecerem as irrecusáveis balas de banana e provarem dos licores preparados artesanalmente.
O passeio seguiu de ônibus a Antonina, com seus curiosos telhados – cujas telhas eram fabricadas nas coxas das escravas, que resultavam em diferentes tamanhos e formatos –, as eiras e beiras – que revelavam o poder econômico dos moradores das casas –, e as paredes fabricadas com conchas, misturadas a pedras e óleo de baleia.
Por fim, os viajantes retornaram a Curitiba, cansados, novamente silenciosos e sonolentos, celulares descarregados, mas com os cartões de memória repletos de belas imagens e uma experiência única para contar.


Texto: Silvia Bocchese de Lima
Fotos: Ivo Lima
Revista Fecomércio PR - nº 100

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