Profissões do Futuro



A sociedade mudou e o varejo também. Para acompanhar essas transformações, novas demandas profissionais são criadas e nossas oportunidades de trabalho se abrem. Esta é a hora de pensar e preparar a mão de obra para o futuro!




Dinâmica. Talvez seja esta a característica que melhor defina a realidade da sociedade brasileira. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que em virtude das políticas públicas de atenção à saúde, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer é de 73 anos, bem diferente do registrado na década de 50, quando este número não ultrapassava aos 51 anos.


Nos últimos sete anos, a Classe Média teve um acréscimo de 32 milhões de pessoas, chegando em 2010, a 103 milhões, com perspectivas para ultrapassar os 113 milhões, daqui a quatro anos. As classes C e D, hoje superam o poder de consumo da classe B e, neste ano, espera-se que 2,2 milhões de empregos formais sejam criados.


De acordo com o economista e jornalista Paulo Henrique Amorim, em 1970, a família média brasileira gastava 45% da sua renda em comida. Hoje gasta, em média, 18%. E o Brasil que nos anos 60 importava 100% do trigo que consumia e comprava do exterior o leite, a carne, o feijão e arroz, neste ano tem a expectativa de uma safra recorde, com 147 milhões de toneladas de grãos colhidos. Amorim revela que o aumento da safra será de 9% enquanto o aumento da área plantada será de 0,1% e que segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o Brasil terá de longe o mais rápido crescimento agrícola do mundo, nos próximos dez anos, com expansão superior a 40%. “O Brasil resolveu nos últimos tempos os dois maiores desafios tecnológicos que tinha nos anos 70: a produção de comida e o abastecimento de energia”, salienta Amorim.

Outro setor que apresenta mudanças consideráveis é o tecnológico. Hoje, 38% da população têm acesso à Internet, ou seja, 65,7 milhões de brasileiros, e destes, 55 milhões usam as redes sociais. Amorim também informa que o e-commerce no país, fechou 2009, com faturamento médio de R$7,2 bilhões.

Dados de pesquisas mostram que a economia também tem acompanhando essas transformações e modernizações, além do consumo, comportamento e informação. Sustentabilidade, responsabilidade empresarial, redes sociais, múltiplos formatos de venda e o relacionamento entre marcas e clientes são palavras de ordem do varejo do futuro. E para atender a essas demandas são necessários profissionais qualificados e aptos a exercerem novas funções em uma sociedade tão dinâmica.

Perfil Profissional
Olhar para esta sociedade em constante processo de mudança é uma oportunidade, tanto para empresas, instituições de ensino e profissionais em busca de um local no mercado de trabalho. Para Gilson Schwartz, doutor em economia e autor de “As Profissões do Futuro”, o profissional do futuro necessita ser um eterno aprendiz e quanto mais versátil, melhor! “Os diplomas deveriam ser dados com prazos de validade. Não basta ter uma competência, é preciso ser competitivo. Estar disposto a reformular e atualizar continuamente conhecimentos, habilidades e atitudes. Seja qual for a especialidade ou setor, o trabalhador do futuro precisa estar habituado à gestão do próprio conhecimento”, pontua Schwartz.


Mas se a sociedade mudou e as demandas também, onde está o mercado de trabalho? Schwartz já não basta olhar os cadernos de classificados ou sonhar com um emprego que se enquadre na sua qualificação. Para ele, a nova economia exige de empresários e trabalhadores inteligência, conhecimento e capacidade para adaptação à inovação constante no entorno do trabalho, da empresa e da economia. “Agora, cada indivíduo precisa acompanhar o conjunto dos setores da economia e estar preparado a mudar a própria qualificação profissional. É o trabalhador que precisa se adaptar com rapidez ao mercado, em vez de aguardar que surjam oportunidades que correspondam ao seu perfil atual”, enfatiza.

O autor também acredita que o setor de serviços, que é o maior responsável pela geração de emprego no Brasil, exige níveis mais altos de qualificação e os setores de informática, telecomunicações e lazer estão em expansão e são dinâmicos. “No setor de lazer e entretenimento, cada vez mais oportunidades surgem em música, cinema, televisão, publicidade e multimídia. A Internet cria novas necessidades”, pontua.

Novas Profissões
É bem verdade que o uso das tecnologias foram responsáveis pela exterminação de muitas empresas, profissões e até mesmo setores econômicos. Mas o mesmo tempo, surgem novos negócios, novos mercados, que transformam ocupações antigas ou criam profissões realmente inéditas, como nanomédico, farmagranjeiro e policial do clima.


Hoje, exige-se e no amanhã será fundamental, que o profissional requisitado pelas companhias saiba muito sobre várias áreas, é preciso ser multifuncional. “Em vez do especialista em generalidades, é preciso que saiba muito sobre várias coisas. Talvez não se trate propriamente de um generalista, mas de um indivíduo com múltiplas habilidades, capaz de exercer várias funções. A inteligência é o futuro da moeda!”, diz Schwartz.


Ele defende que há uma demanda permanente e crescente pela humanização dos serviços, pela ampliação dos espaços de lazer e solidariedade e a disseminação do entretenimento e da qualidade de vida como prioridades sociais. Schwartz cita como exemplos de profissões do futuro o designer, gerente de comunidades, engenheiro genético, gerente de ONG, marketeiro político, assistente social, terapeuta, produtor cultural e missionário.

Por fim, Schwartz pontua que a essência da nova era do trabalho é a capacidade de atuar em equipes, tanto quanto a capacidade de desempenhar várias funções em incontáveis especialidades e para os profissionais de hoje de amanhã, dá um conselho: cultivar a própria formação. “Acreditar que o currículo já é excelente, imaginar que a posição alcançada, deixar o tempo passar sem investir na própria formação significa encolhê-lo e tornar-se menos qualificado e competitivo”, avalia.

Em qualquer área, empresa ou departamento que o futuro profissional pretenda trabalhar, é indispensável a sua capacidade de aprendizado permanente. Ele precisa ser um eterno aprendiz, estudante ou pesquisador, sempre!

Saudosismo
Um entregador batendo, pela manhã, na porta das casas com sua cesta de pães e leite. O simpático, falante e insistente, vendedor da enciclopédia Barsa ou o datilógrafo sentado em frente à máquina de escrever concentrado em “bater” um texto. São cenas que há muito não se vê.
Sob os efeitos da evolução da sociedade, das tecnologias e do próprio mercado de trabalho, algumas ocupações desapareceram, outras têm uma representação mínima e já nem são consideradas como profissões. Ou, como prefere mencionar a coordenadora da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), Claudia Paiva, transformam-se, recebendo novas atribuições e uma denominação mais “moderna”. “É difícil citar alguma ocupação excluída, tendo em vista que só podemos excluir uma determinada ocupação da CBO, quando houver garantias de que a mesma não existe em qualquer região do país. O que mais acontece é a mutação do conteúdo ocupacional, principalmente em função da inserção de novas tecnologias”. A especialista do Ministério do Trabalho dá como exemplo a profissão de datilógrafo, transformada em digitador, que por sinal, com o intermédio de leitoras de códigos de barra ou caracteres, dispensa a digitação da informação.
A última grande revisão da lista oficial das ocupações profissionais brasileiras, que incluiu a alteração da metodologia, foi realizada em 2002. Porém, são feitas atualizações anuais para inclusão de novas ocupações. Segundo Claudia Paiva, no ano passado, foram incluídas 30 ocupações no documento. “A grande maioria das atualizações realizadas em 2009 tiveram como objetivo principal a inclusão dos profissionais tecnólogos na CBO. Foi desenvolvido um estudo prévio, com vistas a mapear os profissionais tecnólogos no mercado de trabalho e aqueles que tiveram representatividade maior”, explica. Foram inseridas, entre outras, as profissões de tecnólogo em meio ambiente, construção civil, alimentos e gastronomia.
Ao longo dos anos, o número de profissões descritas na CBO aumentou consideravelmente, em torno de 18%. A primeira listagem, de 1982, possuía 2.080 ocupações. A de 1994 registrava 2.356, em 2002 havia 2.422 e a última atualização contabiliza 2.498 profissões.


Instituições de Ensino
Assim como empreendedores do varejo devem estar atentos aos indicadores sociais e econômicos de ontem, hoje e amanhã, as instituições de ensino, de diferentes esferas e níveis educacionais, precisam acompanhar as mudanças pelas quais a sociedade passa. Afinal, são elas que prepararam os profissionais para o mercado de trabalho.
Ito Vieira, diretor de Educação Profissional e Tecnologia do Senac Paraná, salienta que as instituições de ensino precisam realizar, permanentemente, um diagnóstico de tendência do mercado de profissões e demandas reais por formação profissional. Para Schwartz, estas instituições estão com um atraso no quesito qualificação dos trabalhadores do amanhã. “A velocidade das mudanças no processo de distribuição de inteligência é muito maior que a disposição dos professores, gestores e políticos que atuam na área educacional de mudar, abrir o sistema e admitir a experimentação”, salienta. Ele também acrescenta que são comuns as declarações de empresas reclamando da escassez de profissionais especializados. “Há uma percepção bastante ampla de que as universidades e os cursos técnicos ainda não formam os profissionais de que o mercado precisa”, diz o autor.
Para o professor João Antônio Zuffo, a evolução tecnológica provocará grandes mudanças na sociedade e na maneira das pessoas se relacionarem e salienta que as mudanças mais perceptíveis serão na desurbanização, no ensino individualizado e à distância e na produção sob demanda, ao invés da produção em massa, característica da sociedade industrial.
Atento às demandas da sociedade, o Senac Paraná já oferta cursos como o de Cuidador Infantil e de Idosos, que dão um verdadeiro up grade nas tradicionais funções de babá e dama de companhia. Como a mulher tem passado mais e mais horas fora de casa, no trabalho, quer ter uma pessoa tão qualificada e dedicada quanto ela tomando conta de sua família. Nem que pague a mais por isso. A instituição também aposta no ensino a distância, como forma de levar a qualificação profissional, por meio de seus cursos de aperfeiçoamento e especialização, a todo o Estado. Sua proposta pedagógica, inclusive, é mesclar a carga horária presencial e o conteúdo a distância, na chamada educação flexível. Outra modalidade, a ser implementada em breve, são os cursos tecnólogos em consonância com a real inovação e modernização que o mercado exige.


Exemplos de profissões que mais evoluem, crescem e inovam:

Engenharia ambiental
Analista de empresas e empregos
Assessoria financeira e de pessoal
Analista de sistemas
Administradores de redes
Especialistas em Treinamento e Desenvolvimento
Gerentes de vendas
Consultores de vendas
Tutores de Educação a Distância
Advogados
Gestores de situações de emergência
Cuidador de idosos
Cuidador infantil
Profissional de apoio à medicina paliativa
Profissional de imagem pessoal (moda e beleza)
Profissional de gastronomia
Profissional de segurança de redes
Gerente de sistema de computação
Monitores de segurança (pessoal, patrimonial, financeira e documental)
Consultor financeiro
Paramédicos


Sociedade Brasileira em números:
Expectativa de vida:
Em 1950: 51 anos
Em 2010: 73 anos
Em 2050: 81 anos

Classe Média Brasileira:
Em 1995: representava 36%
Em 2010: representa 53%

População Mundial:
Em 2008: 6,5 bilhões de pessoas
Em 2030: 8,3 bilhões de pessoas

Você sabia?
O setor de alimentos fatura 420 milhões de reais no Brasil por dia.
Em 1988, 19% das refeições eram feitas fora de casa.
Em 2012, 28% das refeições serão feitas fora de casa.

Rede Mundial:
O Brasil tem 65,7 milhões de pessoas com acesso à Internet
O e-commerce no Brasil faturou R$7,2 bilhões em 2009.
Em 2001, 1,1 milhão de pessoas compraram pela Internet.
Em 2009, esse número passou para 17,6 milhões de pessoas que compraram pela Internet.

Fonte:Sebrae/PR


Sugestão de Leitura:
As Profissões do Futuro
Autor:Gilson Schwartz
Editora: Publifolha


Silvia Bocchese de Lima

Revista Fecomércio 78

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