Livre, Eu Quero Ser!
Que coisa interessante. Sempre imaginei que a juventude da década de 60, aquela mesma que inventou, junto com Elvis, o rock n'roll; que com Martin Luther King sonhava com a liberdade e a igualdade racial, fosse presa. Mas como não pensar assim, se o Ernesto, é o Che Guevara, argentino, sangue bom, pregava e liderava a revolução cubana?
Depois, vieram os anos 70, e por força do mesmo ideal libertário, os jovens burlaram todo o tipo de censura imposta pela sociedade, romperam as barreiras, cantaram "paz e amor" aos quatro cantos do mundo. E eu, achava que eles continuavam presos.
Meu Brasil verde e amarelo buscava a sua democracia. Isso já era anos 80. Depois de anos de tirania, nas mãos dos militares e de uma ditadura que prendeu sonhos, destruiu famílias, demoliu a liberdade de expressão, a juventude protestou. As Diretas Já explodiram pelas ruas e tomaram conta do ideal nacional. Mas que ingenuidade a minha, eu pensava que eles continuavam presos.
Minha liberdade começou a colocar suas manguinhas de fora quando fui às ruas, pintei a cara, mas finalmente coloquei o presidente dos descamisados para fora do Palácio da Dinda.
É... já se passaram quarenta anos desde que Elvis, Che e Luther King lideraram a juventude em revoluções pela liberdade. Hoje, eu vivo no século XXI. Sou pós-moderna. Alcancei a liberdade que eu buscava. Hoje, sou onipotente. Posso fazer tudo o que me der na telha, pois nada me atinge! Prepotência a minha? Imagine, eu sou jovem, sou livre.
Mas... pensando bem... será que sou realmente livre? Nem ao menos posso sair tranqüila pelas ruas, cantarolando o som "Que mundo maravilhoso", de Louis Armstrong, que um doido, se achando o dono do pedaço, com alguns miligramas de álcool no sangue, combinados com alta velocidade, pode me atropelar. Ou quem sabe, a bala vinda da arma de um marginal, trocando tiros com a polícia em plena luz do sol, possa me atingir.
Ah...esse é apenas um detalhe. Hoje eu posso beber, fumar, transar sem que ninguém venha cortar o meu barato.
Agora pintou uma outra dúvida. Será que o que eu tanto busquei e agora alcancei, foi realmente a minha liberdade ou eu a confundi com libertinagem quando ela bateu à minha porta?
Hoje sou livre para quê? Para me acabar cheirando um pó branco misturado com caco de vidro e um monte de porcaria? É encher meu pulmão de fumaça, ficar defumada o dia todo, mas estar na rodinha dos fumeiros da faculdade? Ou então dormir com meio mundo, pegar um monte de doenças e por fim barriga, mas estar satisfazendo os meus desejos do meu ego?
Liberdade. Hoje eu poderia ser livre realmente, mas estou presa a um monte de drogas, estou de cabeça virada. Ideais? Deixa pra lá. O que não foi conquistado no século passado, um doido qualquer vai correr atrás.
Pois é, caro leitor. Essas coisas eu aprendi nos livros, mas aprendi também na vida. Agora, eu vejo que não me adianta liberdade se eu não souber vivê-la! A minha vida é única e o tempo passa tão depressa que, enquanto eu piscar os olhos, já perdi tempo demais. Quero sim, viver, quero poder desfrutar de liberdade, ser feliz, mas que isso não venha a me prejudicar, nem tampouco ao camarada do meu vizinho. Quero ser livre para poder escolher, entre várias opções, a que melhor me fizer bem.
Depois, vieram os anos 70, e por força do mesmo ideal libertário, os jovens burlaram todo o tipo de censura imposta pela sociedade, romperam as barreiras, cantaram "paz e amor" aos quatro cantos do mundo. E eu, achava que eles continuavam presos.
Meu Brasil verde e amarelo buscava a sua democracia. Isso já era anos 80. Depois de anos de tirania, nas mãos dos militares e de uma ditadura que prendeu sonhos, destruiu famílias, demoliu a liberdade de expressão, a juventude protestou. As Diretas Já explodiram pelas ruas e tomaram conta do ideal nacional. Mas que ingenuidade a minha, eu pensava que eles continuavam presos.
Minha liberdade começou a colocar suas manguinhas de fora quando fui às ruas, pintei a cara, mas finalmente coloquei o presidente dos descamisados para fora do Palácio da Dinda.
É... já se passaram quarenta anos desde que Elvis, Che e Luther King lideraram a juventude em revoluções pela liberdade. Hoje, eu vivo no século XXI. Sou pós-moderna. Alcancei a liberdade que eu buscava. Hoje, sou onipotente. Posso fazer tudo o que me der na telha, pois nada me atinge! Prepotência a minha? Imagine, eu sou jovem, sou livre.
Mas... pensando bem... será que sou realmente livre? Nem ao menos posso sair tranqüila pelas ruas, cantarolando o som "Que mundo maravilhoso", de Louis Armstrong, que um doido, se achando o dono do pedaço, com alguns miligramas de álcool no sangue, combinados com alta velocidade, pode me atropelar. Ou quem sabe, a bala vinda da arma de um marginal, trocando tiros com a polícia em plena luz do sol, possa me atingir.
Ah...esse é apenas um detalhe. Hoje eu posso beber, fumar, transar sem que ninguém venha cortar o meu barato.
Agora pintou uma outra dúvida. Será que o que eu tanto busquei e agora alcancei, foi realmente a minha liberdade ou eu a confundi com libertinagem quando ela bateu à minha porta?
Hoje sou livre para quê? Para me acabar cheirando um pó branco misturado com caco de vidro e um monte de porcaria? É encher meu pulmão de fumaça, ficar defumada o dia todo, mas estar na rodinha dos fumeiros da faculdade? Ou então dormir com meio mundo, pegar um monte de doenças e por fim barriga, mas estar satisfazendo os meus desejos do meu ego?
Liberdade. Hoje eu poderia ser livre realmente, mas estou presa a um monte de drogas, estou de cabeça virada. Ideais? Deixa pra lá. O que não foi conquistado no século passado, um doido qualquer vai correr atrás.
Pois é, caro leitor. Essas coisas eu aprendi nos livros, mas aprendi também na vida. Agora, eu vejo que não me adianta liberdade se eu não souber vivê-la! A minha vida é única e o tempo passa tão depressa que, enquanto eu piscar os olhos, já perdi tempo demais. Quero sim, viver, quero poder desfrutar de liberdade, ser feliz, mas que isso não venha a me prejudicar, nem tampouco ao camarada do meu vizinho. Quero ser livre para poder escolher, entre várias opções, a que melhor me fizer bem.
Silvia Bocchese de Lima
Comentários
Postar um comentário