Postagens

Curitiba: cidade exílio de Dalton Trevisan

Imagem
Dalton Trevisan | Crédito imagem: reprodução da internet e corrigidas imperfeições da imagem por IA Silvia Bocchese de Lima Dalton Trevisan tinha uma Gotham para chamar de sua. Por muito tempo, foi no encontro das Ruas Ubaldino do Amaral com a Amintas de Barros, no Alto da XV, em Curitiba, que o vampiro se abrigou.  Na capital paranaense – “a província, cárcere, lar” – nasceu, viveu, escreveu e morreu. Chegou a declarar, quase suplicar em seu polêmico conto Canção de Exílio , de 1984, publicado no O Estado de São Paulo , que Deus não permitisse que ele morresse por aqui. “Castigo bastante é viver em Curitiba | Morrer em Curitiba que não dá | Não permita Deus | A não ser bem longe daqui.”.  O apelo não foi atendido. Aos 99 anos, em 9 de dezembro de 2024, ele faleceu onde não queria, muito embora tenha dito que “Curitiba que é cidade boa para um sujeito morrer, porque o cemitério tem as ruas silenciosas e quietas”. Ainda que já seja nome de ruas e travessas em Cascavel, Fazenda ...

Cem anos de um discreto e sagaz vampiro

Imagem
  Texto: Silvia Bocchese de Lima Entre as inúmeras características que já atribuíram a Dalton Trevisan – bem-humorado, extraordinário, artista da palavra, contista magistral, inventor, premiado, grande paisagista de Curitiba, incansável operário das letras, um dos maiores escritores do país –, a de vampiro certamente seria execrada por Rui Werneck de Capistrano, que não admitiria que o chamassem assim. No  Correio de Notícias , ele reclamou, na década de 1990, que apontavam Dalton como “vampiro de almas”, afinal ele não era “tão pouco vampiro disso quanto daquilo”. Para ele havia excessos no uso da expressão: “em qualquer artigo ou resenha já soltam uma frase de efeito com vampiro no meio”. Deixando o notívago caçador de sangue de lado, cabe a Dalton Trevisan, em 2025, o título de centenário – em 14 de junho ele completaria 100 anos de idade – e, ao homem que era discreto, não dado aos holofotes, inúmeras homenagens lhe serão rendidas – que certamente, se estivesse vivo, não c...

Sebastião Salgado

Imagem
Por inúmeras vezes, Sebastião Salgado me emocionou. Foi como Isabelle Francq, afirmou em Da minha terra à Terra: “contemplar uma fotografia de Sebastião Salgado é ter uma experiência da dignidade humana.” A primeira vez que vi seu trabalho foi em uma biblioteca e, com “ Retratos de Crianças do Êxodo” , me deparei com imagens de vítimas de guerras e crises. Chorei diante daqueles olhares carregados de sofrimento. As fotografias em preto e branco de Trabalhadores aprofundaram e reforçaram minha consciência social e cidadã sobre o trabalho árduo, penoso, que exaure as forças de homens e mulheres ao redor do mundo. Na exposição Gênesis chorei copiosamente diante de uma foto gigante de uma iguana marinha, registrada em Galápagos. Fazia uma semana que um amigo havia se envolvido em um grave acidente automobilístico e ainda corria risco de morte. Mesmo aos prantos fui tomada por uma paz, levada a observar os detalhes daqueles imagens captadas e a acreditar que o criador também poderia reco...

Podcast com Renato Borghetti já está disponível nas principais plataformas

Imagem
Renato Borghetti  |  Crédito imagem: Cassiano Rosário O mais novo episódio do Janela Cultural já está disponível nas principais plataformas de áudio e traz uma entrevista com o músico Renato Borghetti – um dos ícones da música regional gauchesca e um dos mais conhecidos gaiteiros do Brasil. Nesta entrevista, Borghetti faz um retrospecto da sua carreira musical, fala sobre a Fábrica de Gaiteiros – um projeto idealizado por ele, de resgate cultural e social que já conta com 25 escolas e mais de 800 alunos –, a importância do desenvolvimento de habilidades musicais desde a infância, sobre importantes músicos do Rio Grande do Sul e as suas influências latinas na música. Para ouvir a entrevista, clique AQUI.

Já está no ar o podcast Janela Cultural com Oswaldo Rios

Imagem
Oswaldo Rios  |  Crédito imagem: Murilo Ribas O podcast cultural do Sesc Paraná, o Janela Cultural, entrevistou o músico Oswaldo Rios, integrante e um dos criadores do Viola Caipira – um dos grupos mais conhecidos do gênero sertanejo raiz no país, que celebrou em 2025, 27 anos de criação. Oswaldo e o Viola Quebrada participaram da sexta edição do Festival de Música de Raiz que o Sesc PR realizou no Teatro do Sesc da Esquina, de 10 a 12 de abril.  Neste bate-papo, o músico fez um resgate da trajetória do grupo, formado por músicos instrumentistas egressos de diferentes escolas musicais, como jazz, rock, MPB e música erudita. Oswaldo falou sobre a música de raiz, a emoção do público, contação de causos, a relação de Curitiba com o gênero, intérpretes e personalidades, como Rolando Boldrin, Nhô Belarmino e Gabriela e Inezita Barroso. Para conferir o episódio, clique AQUI . 

Sesc PR será palco do Festival de Curitiba e celebra o protagonista de artistas surdos

Imagem
O Teatro do Sesc da Esquina e o Sesc Paço da Liberdade abrem suas portas para receber atrações do  33º Festival de Curitiba – um dos maiores e mais importantes festivais de artes cênicas da América Latina – que ocorrerá de 26 de março a 6 de abril. Serão mais de 350 atrações, reunindo estreias nacionais, espetáculos premiados e aclamados pelo público, além de dança, circo, humor, música, oficinas,  shows ,  performances  e gastronomia, distribuídos em 70 espaços da cidade.  O Sesc PR há anos é apoiador do Festival de Curitiba  Mostra Surda de Teatro Para celebrar o protagonismo de artistas surdos, destacar e valorizar produções teatrais da comunidade surda, o festival leva ao Teatro Sesc da Esquina a Mostra Surda de Teatro, Fringe e Interlocuções – momento de debates, encontros, palestras, oficinas e lançamentos de livros. O público terá a oportunidade de acompanhar, na sexta-feira (28), às 15h; no sábado (29), às 17h e, no domingo (30), às 16h, o espetácul...

20 de março: data celebra o dia e a importância do contador de histórias

Imagem
Dia 20 de março homenageia o mediador entre obras literárias e leitores Eles já foram os guardiões das memórias, mensageiros da cultura, da transmissão oral de lendas e mitos e de ensinamentos repassados de geração em geração. Embora antigo, o papel dos contadores de histórias continua essencial, mesmo com a vasta oferta de livros, filmes e da internet. Comemorado em 20 de março, o Dia do Contador de Histórias homenageia o profissional essencial na formação de novos leitores e, o mediador entre o público – tanto adulto quanto infantil – e a obra literária.  Para a orientadora de atividades da Biblioteca do Sesc da Esquina e contadora de histórias, Viviane Silva, a mediação exercida por este profissional enfatiza a oralidade e desperta o interesse de pessoas que nunca tiveram contato com a literatura do autor trabalhado. “Além disso, a contação de histórias é vista como uma oportunidade de troca e de enriquecimento cultural, especialmente em ambientes como nossas bibliotecas, onde a...