Lugar de aconchego
A Região Sudoeste do Paraná reserva aos visitantes
o contato com atrativos únicos da natureza
Em busca dessa região promissora, houve – a partir da década de 1940 até o fim dos anos de 1970 –, uma onda migratória do Sul do Brasil para o Sudoeste paranaense: a população regional, que era de 40 mil habitantes passou para 445,5 mil, revelou o senso do IBGE de 1970. Solo rico, abundância de madeiras e erva-mate impulsionaram a chegada de novos moradores. Foi nesta leva que uma parte dos meus familiares chegou à região, oriunda do Rio Grande do Sul, para suprir a carência de mão de
obra especializada em mecânica, ferraria e chapeação.
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Mina de Ametista (Crédito: Prefeitura de Chopinzinho) |
Vivida – uma cratera de impacto de cerca de 9,5 km de diâmetro, consequência da colisão de um meteorito com a Terra há mais de 130 milhões de anos.
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Parque Alvorecer, em Pato Branco, recebeu em 2019, mais de 500 mil visitantes. (Crédito: Ass. de Imprensa da Prefeitura de Pato Branco/Rodinei Santos) |
Preservação Ambiental
Apesar da intensa extração de árvores de araucária no ciclo econômico da madeira, Chopinzinho
defende o título de maior reserva natural de araucária do mundo, localizada em terras indígenas com área superior a 11 mil hectares e, como é rica em recursos minerais, como ametista, cristal, ágata e citrino, considera-se a Capital das Pedras no Paraná.
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Parque Alvorecer, em Pato Branco (Crédito: Ass. de Imprensa da Prefeitura de Pato Branco/Rodinei Santos) |
Pato Branco, aberto à visitação, de terça-feira a domingo das 7h às 21h e, nas segundas-feiras, das 16h às 21h. Também em Pato Branco é possível visitar o Parque Cecília Cardoso, um espaço particularmente especial por ter sido terras de minha avó e levar seu nome. Ali é possível realizar caminhadas em meio à mata preservada e são promovidos shows e espetáculos artísticos.
Quem passa por Coronel Vivida também poderá admirar as 92 cachoeiras catalogadas, de 2m a 60m de altura. O instrutor de rapel, Luiz Ogrodowski Junior, conta que um terço das quedas tem altura superior a 20m e para a prática de rapel o ideal são as maiores de 30m e cita a Cachoeira do Hermann
Cachoeira do Hermann, em Coronel Vivida, é uma das mais de 90 cachoeiras catalogadas no município. (Crédito: Luiz Ogrodowski Junior,) |
Apesar de não estar localizado no Sudoeste, mas muito próximo da região, em Pinhão, nos arredores da Usina de Foz do Areia, é possível visitar o Jardim Botânico de Faxinal do Céu, uma área de 152 hectares de mata preservada que abriga espécies da flora dos cinco continentes. Na Vila dos Trabalhadores o visitante pode realizar turismo ecológico e de educação ambiental. A Vila de Faxinal do Céu é aberta ao público, com serviço de hospedagem para até 1.200 pessoas. Recebe ao ano mais
de 20 mil visitantes.
Atrativos Turísticos
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A Copel, na Usina Eólico-Elétrico de Palmas, possui cinco aerogeradores de 500KW cada, totalizando 2,5MW de potência instalada. (Crédito: Arquivo Copel) |
na região de campo aberto do Horizonte, onde a altitude chega a 1.340m. A combinação geográfica
e o alto potencial eólico permitiu ali a instalação da primeira usina eólica do Sul do Brasil, em
1999. A visitação ao local é possível mediante agendamento e depende da programação dos trabalhos
a serem executados pelas equipes de operação e manutenção do parque eólico.
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O frio, uma atração à parte, transforma cenários das manhã de geada. (Crédito: Silvia Bocchese de Lima) |
As águas termais, com vazão de aproximadamente mil litros por hora, a 36,5ºC de temperatura, são responsáveis por abastecer o complexo aquático Hotel e Resort Águas do Verê Termas, que recebe anualmente 22 mil pessoas. O espaço permite que o visitante usufrua do day-use, com acesso por um
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Anualmente, o Complexo Aquático Hotel e Resort Águas do Verê recebe mais de 22 mil pessoas (Crédito: Divulgação Águas do Verê Termas) |
com capacidade para 600 pessoas. Além de Verê, a região conta com outros parques termais, como as Thermas de Sulina, em Sulina, e a Anila Thermas, em Francisco Beltrão.
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Zoológico Unisep, em Dois Vizinhos, abriga 370 animais de 100 diferentes espécies (Crédito: Marieli Galvan Bocchese Cenci) |
Para contar a história dos pioneiros da região, Francisco Beltrão criou em 2004, o Museu da Colonização, com um acervo de peças utilitárias da vida diária dos colonizadores, localizado no Parque Jayme Canet Júnior.
Turismo de Eventos
Situada a 119km da fronteira com a Argentina, 29,7km de Santa Catarina, Pato Branco se destaca no
turismo de eventos e promove, em edições bianuais, a Feira Casa e Construção – onde são apresentadas as tendências e inovações na engenharia, arquitetura, decoração, setor moveleiro, design e serviços –, a Exposição Agropecuária (Expopato), Comércio e Industrial de Pato Branco), a Inventum – feira que demonstra a produção científica, tecnológica e as inovações geradas na cidade. São realizadas palestras e ações envolvendo os setores de empreendedorismo, tecnologia e inovação. O evento conta com a participação de mais de 110 mil pessoas, com a próxima edição agendada para 2021. Desde 2005, a cidade organiza todos os anos o Natal de Pato Branco, um espetáculo a céu aberto, com show de luzes, ornamentação e apresentações culturais.
A cidade de São João promove anualmente, em junho, a Festa da Fogueira e, desde 2010, exibe o título de Maior Fogueira do Brasil, com 62,2m de altura, homologado pelo Ranking Brasil.
Toda segunda quinzena de janeiro, Mariópolis organiza, durante três dias, a Festa da Uva, com a visitação de mais de 50 mil pessoas atraídas pela comercialização da uva in natura, produtos coloniais, vinhos e programação cultural, artística e gastronômica. Evento semelhante é sediado em Salgado Filho, em julho, a Festa do Queijo e do Vinho, que evidencia fortemente a influência alemã e italiana na colonização, gastronomia e hábitos e, em Candói, no mês de agosto, a cidade recebe
a Festa Nacional do Charque, quando a história dos tropeiros é rememorada com a gastronomia e o rodeio de touros e cavalos.
Em dezembro, Coronel Vivida realiza o Festival Gastronômico Sede do Sabor com a comercialização de mais de 75 pratos da culinária do Sul do Brasil.
Turismo Religioso
Quando o assunto é religião, o Sudoeste não foge à regra brasileira e também declara que Deus é nascido em terras tupiniquins. Apresenta uma variedade de crenças, influência esta, vinda, principalmente, com os povos colonizadores. Em Mangueirinha, nos meses de janeiro,
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Em Francisco Beltrão, no Alto do Morro do Calvário, encontra-se a imagem do Cristo Redentor. (Crédito: Prefeitura de Francisco Beltrão) |
Os eventos religiosos passam pela Romaria, em Cruzeiro do Iguaçu; a Gruta de Frei Galvão, em Pato
Branco; além da Marcha para Jesus, realizada em diversas cidades da região.
Em Francisco Beltrão os visitantes revivem o trajeto da Via Sacra, subindo o Morro do Calvário onde
encontra-se uma imagem do Cristo Redentor com mais de 20m de altura.
Excentricidades
A região também apresenta costumes singulares, como a Olimpíada Rural, realizada em Coronel Vivida, nos meses de julho. Uma competição nas mais variadas e curiosas modalidades, como Caça a Galinha, Corrida do Porco, Debulhar Milho, Carrinho de Mão e Cabo de Guerra.
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Polentô, o tradicional lanche pato-branquense que substitui as duas fatias de pão, por duas de polenta (Crédito: Patô Lancheria Divulgação) |
italiana e sabemos da grande atração por polenta. Inicialmente era pra ser uma pizza e, no lugar da massa, a polenta, mas realizando testes com diversos ingredientes chegamos ao lanche. A maciez da polenta, o amargor da rúcula com os cortes do porco e a peculiaridade do provolone trouxeram um equilíbrio perfeito. Por 10 anos mantivemos apenas um sabor, hoje temos oito”, conta.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhaMAQryJmTFlvtvLWFTPcn8z2kC8W-YPdu2c2g9HAVbf_V-edBjcdkLvWLzuuqtcTor0gs8drLNedoYdJpWrr_dqryhEzExrzZtFn5zDWT31Q2FXTWdSG6RY83Y1fzXAWL7GSHi1Lenc/s200/PatoFutsal.png)
mascavo produzido.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu73IL78351tuGOcNffI8mEAtsBvrG33qYpgIKZWt7zp5LktOQ6uJnPuBsDT9nQE_JX_ZsgVpdS0aPTeNbnKUtC42klnw3Pb5qUfEOaQapM5cJrWbrV9z7QdQxsvD7xnKjHlq6hyphenhyphenfH-9w/s200/Marreco+Futsal.png)
O acesso por Vitorino é pela Comunidade Fartura, em 7km de estrada com calçamento, seguindo mais 11km de trajeto sem pavimentação, até a Linha Pinheiro.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPnAOCS_k6jA6emS98SpPMeXRgGkC8jRG54aQWX3fALsORtD94NRymLMSb5hux6p5P2_irRucT7iLnpXRFecCA7sBvhXEK56vDJUUWaal5G9NrF_quQHhhKv4msmEfbp1AhylMfTiMFu4/s200/Galo+Futsal.png)
Conhecer ainda mais a história dessa terra, poder contá-la, faz-me recordar do trecho escrito pelo professor Sittilo Voltolini, em seu livro Retorno – origem de Pato Branco. Ele defendia que “do conhecer nasce a crença, o entusiasmo, a ufania, o brio, o amor” e, pelos corredores e salas de aula do antigo Cefet, recomendava: “Pato-branquense, o Brasil, ame-o aqui!”.
– Professor Sittilo, no Sudoeste aprendi a amar meu país, o meu lugar.
Texto: Silvia Bocchese de Lima*
Revista Fecomércio PR - nº 134
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*Nascida em Pato Branco, Silvia Bocchese de Lima é uma ferrenha defensora da sua cidade e da região. Trabalhou em Palmas e, há 11 anos, mora em Curitiba.
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