O Paraná como bandeira
Com
o convite da presidente Dilma Rousseff à senadora Gleisi Hoffmann para chefiar a
Casa Civil, Sérgio Souza assumiu o mandato e desde junho de 2011 defende os
interesses do Paraná no Senado Federal
Foi em Ivaiporã, cidade do centro-norte do Paraná,
que nasceu o senador Sérgio Souza. Graduado em Direito e especializado em Direito
Público, Administrativo e Eleitoral, traz nas veias o sangue político. Bisneto,
neto e sobrinho de políticos, nunca havia sido um político de mandato, mas
percorria os bastidores desde muito novo.
Para prestar o Serviço Militar, mudou-se para
Curitiba no fim da década de 1980. Trabalhou no Tribunal de Contas do Paraná e
na assessoria legislativa do então deputado Orlando Pessuti. Foi secretário
geral da juventude do PMDB, membro do diretório e do partido. As questões
políticas e partidárias sempre o encantaram, levando-o a participar ativamente
nas coordenações de eventos políticos e dos principais momentos eleitorais do
Paraná.
Em 2010, foi indicado como primeiro suplente ao
Senado, na chapa da atual ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Um ano
depois assumiu a vaga no Senado. Mas o que realmente define o perfil do senador
Sérgio Souza são suas bandeiras políticas e ideológicas. E por elas, em 2012,
foi escolhido o terceiro parlamentar mais atuante no Congresso Nacional,
segundo ranking elaborado pela
Revista Veja.
E para falar sobre as causas nas quais acredita e
em que tem dedicado seu trabalho no Senado Federal, Sérgio Souza conversou com
a Revista Fecomércio PR.
Analfabetismo
Político
O Brasil tem vencido, diariamente, uma importante
disputa: a luta contra o analfabetismo. Em 1900 eram 65,3% de pessoas com mais
de 10 anos sem saber ler e escrever, taxa que caiu para 9,6%, em 2010. Mas há
outro tipo de analfabetismo a ser derrotado, intitulado por Bertold Brecht como
“analfabetismo político”.
E esta é uma bandeira que o senador paranaense Sérgio Souza tem defendido. Tanto é verdade que no início de 2012 apresentou o Projeto de Lei do Senado 02, que pretende acrescentar no Ensino Fundamental o exercício da cidadania e a compreensão de valores morais e éticos em que se fundamentam a sociedade, além de incluir em todas as séries do Ensino Médio a disciplina de “Ética Social e Política”. O projeto já foi aprovado pelo Senado e aguarda decisão da Câmara Federal. “O objetivo é formar um cidadão que saiba viver em sociedade, com atitudes morais, éticas, respeitando o outro. Um cidadão político, responsável por suas escolhas”, pontua o senador.
E esta é uma bandeira que o senador paranaense Sérgio Souza tem defendido. Tanto é verdade que no início de 2012 apresentou o Projeto de Lei do Senado 02, que pretende acrescentar no Ensino Fundamental o exercício da cidadania e a compreensão de valores morais e éticos em que se fundamentam a sociedade, além de incluir em todas as séries do Ensino Médio a disciplina de “Ética Social e Política”. O projeto já foi aprovado pelo Senado e aguarda decisão da Câmara Federal. “O objetivo é formar um cidadão que saiba viver em sociedade, com atitudes morais, éticas, respeitando o outro. Um cidadão político, responsável por suas escolhas”, pontua o senador.
Quando uma sociedade está carente destes valores e
tem incrustada a corrupção em seu DNA, acaba onerando, inclusive, a máquina
pública. “A corrupção é muito acentuada no Brasil. Ela é cultural! Não apenas
do político que desviou valores dos cofres públicos, mas do jovem que para em
vagas de estacionamento destinadas a idosos; do cidadão que compra produtos
piratas. É a necessidade de levar vantagem em tudo, de maneira ilícita”, avalia
Souza.
O senado é enfático quando o assunto é defender os
interesses do país, e salienta que além da corrupção, a burocracia, os modais
de transportes e a carga tributária são os entraves da economia brasileira e
elevam, e muito, o Custo Brasil. “Somos a sexta economia do planeta, um grande
produtor e exportador mundial e aí se encontra nosso grande desafio. Por que
temos que pagar tão caro por um mesmo produto que é vendido pela metade do
preço na Europa?”, questiona.
Transportes
Se a burocracia acaba por travar o Brasil, os
modais de transporte precisam de renovação para melhor escoar a produção e
mercadorias. Com a safra 2012/2013 recorde de grãos, superior a 182 milhões de
toneladas, pôde-se verificar as deficiências de logística. Enquanto caminhões
aguardavam em filas para descarregar no Porto de Paranaguá, navios permaneceram
de 30 a 60 dias atracados na baia paranaense. E toda esta espera não sai
barato. A demurrage, ou sobrestadia,
a multa para quando um navio demora nos portos além do prazo acordado, custa
diariamente de U$30mil a U$40 mil, chegando à cifra de U$3 bilhões ao ano.
Para ampliar e otimizar os modais de transporte, o
senador Sérgio Souza apresentou uma emenda no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015
de R$1,5 bilhão para a criação de uma nova ferrovia, ligando Guarapuava a
Paranaguá, com ramal em Pontal. Segundo o senador, os traçados já estão sendo
estudados e o objetivo é até a metade do ano, abrir as audiências públicas e na
sequência, o edital.
Um assunto que permeia as discussões entre
empresários, industriais e líderes políticos é a alta taxa tributária
brasileira. Entre tantas contribuições, impostos, taxas e fundos, a lista de
tributos ultrapassa o das oito dezenas, mas na avaliação do senador, o país tem
evoluído nesta questão, e um dos fatores é que na última década nenhum imposto
foi criado. À medida que o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) tem crescido,
aumenta-se também o volume arrecadado, além da eficiência do fisco.
Outro fator positivo é que nos últimos anos o país
reduziu impostos com o Simples Nacional e, em setores específicos, como o
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca e do setor de
automóveis. Também houve a desoneração da folha de pagamento em alguns setores,
sendo que a contribuição com INSS que chegava a 26% sobre a folha de pagamento
passou para 1,5% sobre o faturamento. “Também estamos trabalhando na redução do
PIS e do Cofins para diversos setores. O Brasil desonerou em 2012, em torno de
R$50 bilhões. A meta de desonerações para este ano é de R$70 bilhões, chegando
perto de R$90 bilhões, em 2014”, salienta Souza.
ICMS Único
Um dos caminhos para esta desoneração é um Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Único, com alíquota de 4%
para todos os estados brasileiros. Dois projetos já estão tramitando, um na
Comissão de Assuntos Econômicos, em que o senador Sérgio Souza é membro, o Projeto
de Resolução 1/2013. “A meta é trazermos para 4% todo o ICMS do Brasil,
entretanto, algumas regiões demorarão um pouco mais para diminuir. No Sul, a
média é de 7% e a redução seria rápida, em torno de três a quatro anos. Nas
regiões Norte e Nordeste, a primeira diminuição ocorreria de 12% para 7% e
depois de 7% para 4%, em um prazo mais longo”, avalia o senador. A exceção
ficaria com a Zona Franca de Manaus e o Mato Grosso do Sul, em 12%. “O Paraná
tem muito a ganhar. Somos um estado produtor e perdemos com a substituição
tributária. A ideia é criarmos uma regra única e o comércio seria um primeiros
setores beneficiados”, diz.
Um segundo projeto tramita no Congresso, na
Comissão Mista, que analisa uma Medida Provisória para a criação de um Fundo
Compensatório para os estados que perderiam com a redução das alíquotas de
ICMS.
A atual diferença de alíquotas acaba gerando uma
verdadeira guerra fiscal entre estados, e na opinião do senador, influenciando
o mercado de maneira desigual.
ICMS da
Energia

Na época, o Paraná perdeu esta disputa e este
assunto está sendo retomado no senado, criando-se ambientes favoráveis para
isso. “Quando Itaipu foi construída, ela era responsável por quase 80% da
energia consumida no Brasil. Hoje, outros tantos estados são autossuficientes
em produtos energética e até exportadores. O cenário é favorável para que mais
estados sejam beneficiados com o ICMS na produção e não no consumo e uma
proposta de emenda constitucional começará a tramitar”, salienta.
Mar
Territorial
É a distância em relação à linha do Equador e do
Meridiano de Greenwich que definem a latitude e a longitude de
qualquer lugar no planeta. Mas quando o assunto é o mar territorial do Paraná
estes referenciais parecem ter sido esquecidos. O atual cálculo prejudica o
estado e com a futura divisão dos royalties do Pré-Sal as perdas paranaenses
serão ainda maiores. “É uma covardia o que foi feito com o Paraná. É um
absurdo. Não existe em lugar nenhum do mundo precedente como este. Se os
meridianos e as paralelas fossem seguidos, o Paraná seria o maior produtor de
petróleo do Pré-Sal, no Campo de Tupi”, desabafa Souza.
Para tentar reverter esta situação, o senador tem
trabalhado para criar ambientes favoráveis e sugeriu ao relator da Medida
Provisória n°592, que inclua no relatório da matéria a sugestão para alterar a
atual divisão do mar territorial brasileiro e determinar que o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) refaça os estudos das linhas
geodésicas que prejudicam os estados do Paraná e do Piauí, no prazo de um ano.
TRF
Uma conquista que o senador Sérgio Souza enfatiza
que o paranaense pode comemorar sem receios é a criação do Tribunal Regional
Federal no Paraná e nos estados da Bahia, Minas Gerais e Amazonas. A Câmara
Federal aprovou no mês de abril deste ano, a Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) 544 e as instalações dos tribunais devem acontecer ainda no início de
2014. “Nós demos um passo muito importante. Não tenho dúvida que iremos
promulgar esta proposta. Teremos no meio do caminho, certamente, percalços, mas
criamos o ambiente favorável para isso”, diz.
Já está agendado para o dia 20 de maio, uma
audiência pública, com a Frente Parlamentar, em Curitiba, para tratar da
estruturação do TRF no Paraná.
Consumidores
e Comerciantes
Necessárias para facilitar a convivência em
sociedade, as normas regulamentam comportamentos, normatizam costumes. E com
consumidores e comerciantes não seria diferente.

Souza também salienta a necessidade de reformular o
Código Comercial Brasileiro, adotado em 1850. “Precisamos levar em consideração
que o sistema tributário nos últimos anos tem mudado, inclusive os tipos de
empresas. Empresas simples, individuais, até mesmo empreendedor individual são
figuras novas que apareceram nos últimos anos e que não estão sendo tratadas no
atual Código Comercial Brasileiro”, avalia.
Independente do público, a bandeira que o senador
Sérgio Souza defende em Brasília é o Paraná e o paranaense.
Silvia Bocchese de Lima
Revista Fecomércio PR nº 93
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