A e-consumidora brasileira

Principal usuária das redes sociais, a mulher aumentou seu poder de consumo e alterou sua maneira de comprar

As atividades que a mulher moderna acumula diariamente não são novidades e entre as atribuições que possui estão o trabalho formal e doméstico, a maternidade, o casamento, o aprendizado e o ensinar constantes e, claro, a vaidade, o empreendedorismo e o consumo. Mas a maneira que a brasileira consome produtos e informações já não é a mesma como ela o fazia há uma década.


O aumento do poder de compra das classes C e D já ultrapassou a casa dos R$834 milhões ao ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concentrando 46,24% do total e as mulheres são 45,3% da população economicamente ativa no Brasil.

A mobilidade da pirâmide social do país representou o aumento do consumo, muito dele ditado pelo público feminino e a entrada, cada vez maior, no comércio eletrônico. Prova disso foram os 3,1 milhões de tablets comercializados em 2012, em levantamento feito pela Ranking Brasil, ou seja, 222% maior do que no ano anterior, além das 368 milhões unidades de computadores vendidas. A empresa revela, ainda, que em 2013, espera-se a comercialização de 5,1mi de unidades de tablets, um aumento superior a 60%.

Enquanto o Brasil ainda ocupa o 101º lugar entre os países em número de leitores de jornais impressos diários, o Socialbakers, um portal mundial de estatística de mídia social, revela que o país é o segundo no número de usuários no Facebook, uma rede social. Os usuários brasileiros no Facebook já ultrapassaram os 65mi, ou seja, 32,45% da população e 82,34% dos internautas brasileiros.

Desde o lançamento do filme “A Rede Social”, do diretor David Fincher, que conta os bastidores da criação do Facebook, é crescente o número de usuários da internet que tem aderido ao site de relacionamentos. Em dezembro de 2010, quando o filme foi lançado no Brasil, havia 8,8 milhões de usuários brasileiros registrados. Se comparado aos números atuais, houve um crescimento de 740%.

A pesquisa do Socialbakers também revela que 54% dos perfis do Facebook são de mulheres e a maior parcela do público do site, algo em torno de 32%, é formado por jovens, entre 18 e 24 anos, seguido da faixa etária de 25 a 34 anos, com 29%.

Como a forma de consumir informação e de se relacionar mudou, também se alterou a forma de fazer negócios. No Paraná, segundo dados da última Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio, divulgada pela Federação do Comércio do Paraná, para o primeiro semestre de 2013, a internet já ocupa o primeiro lugar nos meios de comunicação utilizados por 19,47% dos empresários para veicular propagandas.

A rede mundial de computadores é tão atraente e um mercado promissor que no primeiro semestre de 2012, as vendas pela internet no Brasil chegaram a R$ 4,8 bilhões segundo estudo da Webshoppers, da e-bit. 

Um segmento que pode lucrar, e muito, com este novo consumidor é o varejo, que precisa estar atento às novas formas de relações sociais, que acabam por influenciar a compra, o posicionamento das marcas e a interação do público com elas.   

Segundo dados do Ibope, 23 milhões de brasileiros efetuaram compras online e geraram, em 2011, uma receita na casa dos R$20 bilhões. Este número só tende a aumentar. Pesquisa da Forrester Research estima que este mercado deve crescer até 2016, em torno de 178%.

O varejo tem uma vantagem sobre a indústria, pois tem o contato diário com os consumidores e é preciso conhecê-lo a fundo, entender seus hábitos, perfis demográficos, comportamento, estilos de vida e o que é relevante para ele sobre um produto e uma marca.

Bons negócios
Para atender aos anseios do e-consumidor, é preciso ter originalidade onde a vida acontece (online), estar em movimento e fazer a diferença. Aí está a oportunidade do varejo decifrar esses movimentos, inovar e saciar desejos tão diversos. Algumas empresas já se anteciparam ou decodificaram movimentos da sociedade.

Atenta ao novo comportamento do brasileiro na internet, a rede Magazine Luiza criou o “Magazine Você”, o primeiro e-commerce social do Brasil. O usuário cria uma vitrine virtual, oferta até 60 produtos do site www.magazineluiza.com e compartilha com seus amigos no Facebook e Orkut. Sem nenhum investimento inicial o usuário recebe de 2,5% a 4,5% de bônus para cada produto vendido. A entrega e a cobrança são de responsabilidades do Magazine Luiza.

Silvia Bocchese de Lima
Revista Fecomércio nº 92 

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