Otimistas, porém cautelosos



Depois de um período de menor confiança, o empresário do comércio vislumbra o último trimestre do ano com atividade aquecida


A intenção dos paranaenses é consumir mais. Foi o que revelou a última pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em outubro, sobre a intenção de consumo das famílias. Os dados mostram que a perspectiva de consumo é 76,7% maior do que o registrado no segundo semestre do ano passado.
De acordo com a pesquisa, 67,1% dos entrevistados mostraram-se mais satisfeitos com a renda familiar atual e 75,8% julgaram ser mais fácil o acesso ao crédito. A chegada do 13º salário, aliado à restituição do Imposto de Renda, são fatores positivos e que influenciarão as compras de fim de ano.
Depois de um semestre de apreensão do empresário do comércio de bens, serviços e turismo e queda de otimismo, o período de Natal, ainda é o maior pico de vendas no ano, pode marcar a virada positiva das vendas, em 2012.
Segundo análise da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio PR) sobre as expectativas de vendas do varejo para o fim do ano, prevê-se um aumento de 6% a 8%, em relação ao mesmo período de 2011. Focando no varejo de mercadorias que concentram vendas nesta época - supermercados e hipermercados, lojas de departamentos, móveis e decoração, material de construção - o desempenho é ainda maior, cresce entre 12% e 15%.
Quando o assunto são bens duráveis para a casa, 90,8% dos consumidores do Paraná acreditam que este é um bom momento para comprar. E a lista dos desejos para o Natal está repleta de material de informática, eletroeletrônicos, celulares, brinquedos, eletrodomésticos de linha branca, vestuário e calçados.
Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, a expectativa positiva do empresário está associada, também, à renegociação com os devedores, o que possibilitará regularizar inadimplências e trará para o mercado os consumidores que estavam excluídos. Além disso, Piana acredita que os preços estabilizados, juros menores, emprego em crescimento e a contratação de mão de obra temporária para o fim do ano explicam o aumento do otimismo.
Com o anúncio do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, na segunda quinzena de outubro, sobre a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incididos sobre automóveis, a Fecomércio PR acredita que a medida poderá contribuir para a expansão das vendas para o último bimestre de 2012. “Cabe destacar que o efeito poderá ser marginal, considerando que a maior parte dos consumidores interessados já efetuou a compra do carro até outubro”, pontua Piana.

Empregos Temporários
Os meses de outubro a dezembro caracterizam-se pelo período em que há a maior contratação de colaboradores temporários, tanto na indústria como no comércio e prestação de serviços. Estão previstos para todo o estado entre 14 mil a 18 mil vagas temporárias para esta época do ano.
Para Piana, o maior empregador de temporários é o comércio de atacado e varejo. Um percentual entre 6% e 7% será aproveitado pelo comércio como permanentes via contrato formal. “O trabalho temporário representa, para muitos, o primeiro emprego, funciona como entrada para o mercado formal. A média de ganho mensal do trabalhador temporário para o fim de 2012 deverá oscilar entre R$800,00 e R$1.200,00”, avalia o presidente.
Outro fator que merece destaque para este momento positivo para a economia é o alargamento da classe C, que representa 54% da população e a ascensão de renda das classes D e E, que juntas são responsáveis pelo crescimento na curva de consumo.
De acordo com dados do Banco Central do Brasil, o volume de dinheiro em circulação registrado em outubro de 2012 é de R$157,3 bilhões, um crescimento de R$23,1 bilhões, se comparado ao mesmo período de 2010.
Tudo isso é que justifica o otimismo e a cautela. Enquanto não houver dados confiáveis sobre as projeções do PIB para 2013, o empresário aproveita o momento favorável mas resguarda-se com relação ao futuro.

                 
90,8% Bom momento para comprar bens duráveis
76,7% Perspectiva de consumo maior que em 2011
49,9% Consome mais do que em 2011
75,8% Facilidade de acesso ao crédito
Fonte: CNC – Intenção de Consumo das Famílias / Outubro 2012


Silvia Bocchese de Lima
Revista Fecomércio nº 90

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