O novo consumidor brasileiro na rede
A última década foi responsável por inúmeras mudanças no comportamento do consumidor. Uma nova maneira de fazer negócios é essencial para manter-se no mercado.
A maneira do brasileiro consumir produtos e informações já não é a mesma e os desejos de compra pedem alterações no tradicional modelo de se fazer varejo. Ao estar em compasso com o mercado, o varejo atende aos anseios do consumidor, e a qualquer mudança do seu público, precisa acompanhá-lo e adaptar-se.
Um exemplo disso é o poder de compra dos brasileiros das Classes C e D que aumentou nos últimos anos e só em 2010, movimentaram juntas R$834 bilhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta escalada na pirâmide social brasileira proporcionou alterações nos padrões de alimentação, de consumo e de lazer.
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Assim como o rádio não desapareceu com o surgimento da TV, o modelo de varejo como conhecemos hoje, com uma loja física, balcão fazendo a separação entre o cliente e o vendedor, não desaparecerá, mas certamente mudará. A sociedade tem caminhado para um processo de multipossibilidades e o varejo refletirá isso. Beth acredita que como o Brasil é composto por diversas realidades, culturas e perfis distintos, será impossível existir um único padrão para o comércio varejista.
Na virada do milênio, existia um temor de que com o advento da internet, as lojas físicas seriam substituídas pelas virtuais, o que na realidade não ocorreu. “Isso não acontece, ao contrário, uma fortalece a outra. Às vezes o processo de compra acontece na loja física e termina na virtual e vice-versa. O mercado é dinâmico!”, defende a autora.
Entretanto, o varejo precisa estar atento às novas formas de relações sociais, que influenciam a compra, o fortalecimento das marcas e a interação do público com elas. Enquanto o Brasil é o 101º país em número de leitores de jornais impressos diários, o Socialbakers, um portal mundial de estatística de mídia social, revela que em 31 de janeiro de 2012, havia no Brasil, 38.336.240 usuários no Facebook, com 19,06% da população com acesso ao site. O país ocupa a quarta posição na lista, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, com 155.701.780 de usuários; Índia, 43.497.980 e Indonésia, 43.044.300. De acordo com dados do Ibope, em 2006, havia no Brasil 32,5 milhões de usuários de internet e, em 2011, este número chegou a 78,5 milhões.
Desde o lançamento do filme “A Rede Social”, do diretor David Fincher, que conta os bastidores da criação do Facebook, é crescente o número de usuários da internet que tem aderido ao site de relacionamentos. Em dezembro de 2010, quando o filme foi lançado no Brasil, havia 8,8 milhões de usuários brasileiros registrados. Se comparado com os números atuais, houve um crescimento de 435%.
A pesquisa do Socialbakers também revela que 54% dos perfis do Facebook são de mulheres e a maior parcela do público do site, algo em torno de 32%, é formado por jovens, entre 18 e 24 anos, seguido da faixa etária de 25 a 34 anos, com 29%.
Como a forma de consumir informação e de relacionar-se mudou, também alterou-se a forma de fazer negócios. No Brasil, segundo dados do Jornal O Estadão, foi no Orkut, em 2007, que ocorreu a primeira transação comercial na rede, quando a comunidade “Eu Amo Floripa”, foi adquirida pela RBS, um afiliada da Rede Globo, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A rede mundial de computadores é tão atraente e um mercado promissor que a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil já anunciou um projeto que tem por objetivo adicionar mais de um milhão de empresas ao comércio eletrônico. Para isso, serão criados sites gratuitamente aliada à estrutura para vendas online.
A Associação Mundial de Marketing Móvel divulgou, em fevereiro de 2012, novos padrões para anúncios e seis novos tamanhos para anúncios em celulares, smartphones e tablets. Com isso, espera-se a facilidade na criação, compra e venda de anúncios para estes aparelhos móveis.
O Facebook também anunciou que uma de suas maiores fraquezas ainda angariar recursos através de anúncios, atingindo a sua crescente base de usuários móveis. A empresa anunciou em março, que nos aparelhos móveis, serão abolidos os banners de anúncios no topo e na base da tela e ainda sugere que os anúncios publicitários tenham 15, 25 ou, no máximo 50 palavras. Outra dica é maximizar a presença na rede.
Estes dados revelam a mudança que a sociedade brasileira tem vivido nos últimos dois anos, com o crescente busca por relacionamentos e consumos digitais.
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Mas as adaptações e mudanças de cultura, até mesmo do varejo, não acontecem da noite para o dia embora alguns setores consigam uma adaptação mais ágil.
Para atender aos anseios do e-consumidor, é preciso ter originalidade, onde a vida acontece (online), estar em movimento e fazer a diferença, E aí está a oportunidade do varejo decifrar esses movimentos, inovar e saciar esses desejos tão diversos. Algumas empresas já se anteciparam ou decodificaram movimentos da sociedade.
Distribuição, por idade, dos usuários do Facebook, no Brasil:
18-24 anos: 32%
25-34 anos: 29%
35-44 anos: 14%
45-54 anos: 7%
16-17 anos: 7%
13-15 anos: 6%
55-64 anos: 3%
65-0 anos: 1%
Fonte: SocialBakers
Silvia Bocchese de Lima
Revista Mulher 10
Março 2012
Março 2012
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