Educação Patrimonial

Projeto desenvolvido há três anos em Curitiba exercita o olhar de estudantes para o reconhecimento sobre patrimônio cultural e é selecionado para representar o Paraná em concurso nacional


Buscar novos ângulos e despertar a visão crítica sobre a arte, a cultura e o patrimônio cultural. Tudo isso, com uma máquina fotográfica em mãos e um monumento a ser conhecido: o Sesc Paço da Liberdade. Este vem sendo o trabalho desenvolvido na Unidade de Serviço do Sesc Paraná, pelo terceiro ano, com o projeto “Educação Patrimonial”.


Quem participa do projeto, no contraturno escolar, são estudantes do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Hildebrando de Araújo, de Curitiba, todos de baixa renda. De acordo com a gerente executiva da Unidade Sesc Paço da Liberdade, Celise Helena Niero, a escolha desta escola deu-se em virtude do diagnóstico realizado sobre a estrutura escolar, comportamento dos alunos, índices de aprendizagem além da análise dos índices de desenvolvimento humano local, como pobreza, violência e ocorrências criminais envolvendo menores. Nos dois primeiros anos do projeto, já foram atendidos, aproximadamente, três mil alunos de diferentes turmas, além de professores, pais e outros membros da comunidade.

No projeto, as atividades são realizadas semanalmente em grupos, divididos de acordo com o número de turmas da escola selecionada. Durante três dias consecutivos, os alunos visitam a Unidade, observam detalhes da arquitetura do prédio e os fotografam, com equipamentos disponibilizados pelo projeto. Eles também recebem orientações e noções básicas de fotografia, como luz, ângulo, enquadramento e são apresentados ao contexto histórico do prédio. As fotografias acabam por registrar e descrever aquilo que os alunos veem e sentem.

Mas depois disto tudo, o trabalho ainda não está terminado. Cada turma apresenta aos demais alunos da escola e à comunidade os resultados que eles obtiveram neste projeto. Na própria escola é preparada uma exposição com os trabalhos fotográficos e os textos produzidos pelos alunos. Além disso, os educadores são capacitados e instruídos para que estimulem os alunos a repensar sobre a relevância e o usufruto dos patrimônios. “Esta proposta exercita o olhar do estudante para o reconhecimento sobre o patrimônio cultural", avalia Celise.

O projeto deu tão certo que foi selecionado pela Comissão Estadual de Avaliação do Instituto do Patrimônio Histórico Arquitetônico Nacional (IPHAN) para representar o Paraná na categoria Educação Patrimonial, na 24ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Ao todo foram 230 projetos inscritos de todo Brasil. Neste ano, o prêmio está inserido nas comemorações do Ano Internacional do Afrodescendente e homenageia os 100 anos de nascimento do artista plástico Carybé.

“O Paço é um passo para o futuro.
É tudo o que há de arte no Paraná.
É um lugar que nunca vai sair da memória.
É a arte, cultura e a história.
É esse lugar lindo.
O Paço é o futuro, é a liberdade, é o presente e o passado.
O Paço é a antiga prefeitura, o antigo museu e o mercado municipal.
O Paço é recordação.
É arte da pintura, das cores que simbolizam o Brasil.
Um lugar de histórias inesquecíveis para a nação brasileira...
É a surpresa que nós descobrimos!”

Alunos do Colégio Estadual Hildebrando de Araújo -
participantes do projeto de Educação Patrimonial



Silvia Bocchese de Lima
Revista Fecomércio 84

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