Eu Quero é Ser Feliz!
Já sei namorar, já sei beijar de língua, agora, só me resta sonhar. Já sei onde ir, já sei onde ficar, agora, só me falta sair.”
O início da canção lembra a busca pela melhor sintonia, na minha emissora preferida, onde lá, certamente, encontrarei o som que desejo ouvir. De repente, me deparo com o refrão cantado e repetido inúmeras vezes nas emissoras de todo o país. Um trio de cantores, levando a geração surfista do ciberespaço a declarar aos quatro cantos do mundo, que já aprendeu a fazer de tudo, já descobriu como se beija, já descobriu os melhores lugares para visitar, só falta uma coisa, a ação, o ato de sair, ir em busca do que necessita ser conquistado e vivido.
São inúmeros os impactos que as novas tecnologias têm causado na cultura, na comunicação e na sociedade. Tendo noção da sua realidade, o homem foi desenvolvendo técnicas, que agrupadas, tornaram-se tecnologias para melhor servi-lo. Há oitocentos anos, Marco Pólo trazia o papel, inventado pelos chineses, para a Europa. A partir de então, o homem passou a conhecer, a descobrir o mundo através dos livros, de jornais, da fotografia, do telégrafo, telefone, cinema, rádio, televisão e pela internet.
Apesar dos meios de comunicação terem ocupado um importante papel como agentes mediadores das relações sociais, a comunicação interpessoal foi uma das características marcantes da sociedade tradicional. A aparente separação estava reservada aos pensadores, aqueles que realizavam a aplicação prática da ciência, para assim, dominar a natureza. Graham Bell, Thomas Edison, Marconi, Morse foram homens que conheciam a sua realidade e desenvolveram técnicas e apresentaram produtos que serviram como ferramentas comunitárias. Porém, o progresso técnico não vem, necessariamente acompanhado apenas da melhoria de vida das populações. O homem que viveu há cento e tantos anos não conhecia as facilidades de comunicação, locomoção e os inúmeros aparelhos tecnológicos mas, certamente, não era escravo do relógio, não vivia sob imposição de um capitalismo selvagem, não fugia da crescente violência e da poluição.
O advento da televisão e sua massificação trouxe à sociedade contemporânea uma nova forma de solidão e o seu ápice, creio eu, ocorrerá com a popularização da internet. A individualidade é regra básica da sociedade contemporânea, afinal, “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo.”
Hoje, as pessoas vivem, normalmente, em dois mundos. O mundo real, onde se encontram as obrigações espirituais, sociais, cívicas, ou seja, onde predominam normas, condutas, comportamentos. Há, entretanto, um outro mundo, o mental. Diferente do outro, ele é subjetivo. Nele reinam as fantasias, os sonhos, desejos, expectativas e esperanças. Esse, é vivo, criativo e extremamente inovador.
Esse novo meio, a internet, com um ritmo de aceitação crescente, sem regras, onde tudo é permitido, vem justamente a suprir as carências do mundo subjetivo. E como na canção “não tenho juíz... eu quero é ser feliz”. Essa nova forma de se comunicar, de expressão, permite que homens com idéias, ideais e ideologias possam expressá-las sem críticas ou censuras.
Surgem, também, as paixões virtuais, onde as pessoas apaixonam-se muito mais por si mesmas, por suas habilidades de sedução e envolvimento do que pelo outro. Diferente de um encontro face a face, olho no olho, onde a espontaneidade é essencial, on line é possível repensar suas palavras, utilizar-se de citações, elaborar o texto, para surtir um melhor resultado. Como nos relacionamento corriqueiros, as pessoas encontram formas de se mascararem.
Para a psicóloga Luciana Nunes, pesquisadora sobre os novos relacionamentos virtuais, “o sucesso da Internet se dá pela interatividade, ou seja, o jogo entre estímulo e resposta. É a compulsividade de estar on line e obter respostas imediatas, o que leva as pessoas a ficarem conectadas por dias seguidos.”
A canção ainda relata que “não tenho paciência para a televisão, eu não sou audiência para a solidão.” Antônio Brasil relata que a nova geração, tribalista como os cantores, já não tem paciência para ficar em frente a uma televisão, assistindo a um único canal. Esse jovem, cidadão do mundo, que mal conhece o vizinho da porta ao lado, quer ação, é hiperativo, recebe milhões de informações por minutos, mas acaba absorvendo uma pequena parcela de tudo que é transmitido.
Quer saber? Faço parte da geração da transição. Tenho conceitos tradicionais, vivo e respiro modernidade, mas como diria o sábio Mcluhan, os meios são extensões do homem e não o contrário. Eu também quero ser feliz, mas não quero viver uma virtualidade apenas, eu quero é sair, quero é viver!
O início da canção lembra a busca pela melhor sintonia, na minha emissora preferida, onde lá, certamente, encontrarei o som que desejo ouvir. De repente, me deparo com o refrão cantado e repetido inúmeras vezes nas emissoras de todo o país. Um trio de cantores, levando a geração surfista do ciberespaço a declarar aos quatro cantos do mundo, que já aprendeu a fazer de tudo, já descobriu como se beija, já descobriu os melhores lugares para visitar, só falta uma coisa, a ação, o ato de sair, ir em busca do que necessita ser conquistado e vivido.
São inúmeros os impactos que as novas tecnologias têm causado na cultura, na comunicação e na sociedade. Tendo noção da sua realidade, o homem foi desenvolvendo técnicas, que agrupadas, tornaram-se tecnologias para melhor servi-lo. Há oitocentos anos, Marco Pólo trazia o papel, inventado pelos chineses, para a Europa. A partir de então, o homem passou a conhecer, a descobrir o mundo através dos livros, de jornais, da fotografia, do telégrafo, telefone, cinema, rádio, televisão e pela internet.
Apesar dos meios de comunicação terem ocupado um importante papel como agentes mediadores das relações sociais, a comunicação interpessoal foi uma das características marcantes da sociedade tradicional. A aparente separação estava reservada aos pensadores, aqueles que realizavam a aplicação prática da ciência, para assim, dominar a natureza. Graham Bell, Thomas Edison, Marconi, Morse foram homens que conheciam a sua realidade e desenvolveram técnicas e apresentaram produtos que serviram como ferramentas comunitárias. Porém, o progresso técnico não vem, necessariamente acompanhado apenas da melhoria de vida das populações. O homem que viveu há cento e tantos anos não conhecia as facilidades de comunicação, locomoção e os inúmeros aparelhos tecnológicos mas, certamente, não era escravo do relógio, não vivia sob imposição de um capitalismo selvagem, não fugia da crescente violência e da poluição.
O advento da televisão e sua massificação trouxe à sociedade contemporânea uma nova forma de solidão e o seu ápice, creio eu, ocorrerá com a popularização da internet. A individualidade é regra básica da sociedade contemporânea, afinal, “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo.”
Hoje, as pessoas vivem, normalmente, em dois mundos. O mundo real, onde se encontram as obrigações espirituais, sociais, cívicas, ou seja, onde predominam normas, condutas, comportamentos. Há, entretanto, um outro mundo, o mental. Diferente do outro, ele é subjetivo. Nele reinam as fantasias, os sonhos, desejos, expectativas e esperanças. Esse, é vivo, criativo e extremamente inovador.
Esse novo meio, a internet, com um ritmo de aceitação crescente, sem regras, onde tudo é permitido, vem justamente a suprir as carências do mundo subjetivo. E como na canção “não tenho juíz... eu quero é ser feliz”. Essa nova forma de se comunicar, de expressão, permite que homens com idéias, ideais e ideologias possam expressá-las sem críticas ou censuras.
Surgem, também, as paixões virtuais, onde as pessoas apaixonam-se muito mais por si mesmas, por suas habilidades de sedução e envolvimento do que pelo outro. Diferente de um encontro face a face, olho no olho, onde a espontaneidade é essencial, on line é possível repensar suas palavras, utilizar-se de citações, elaborar o texto, para surtir um melhor resultado. Como nos relacionamento corriqueiros, as pessoas encontram formas de se mascararem.
Para a psicóloga Luciana Nunes, pesquisadora sobre os novos relacionamentos virtuais, “o sucesso da Internet se dá pela interatividade, ou seja, o jogo entre estímulo e resposta. É a compulsividade de estar on line e obter respostas imediatas, o que leva as pessoas a ficarem conectadas por dias seguidos.”
A canção ainda relata que “não tenho paciência para a televisão, eu não sou audiência para a solidão.” Antônio Brasil relata que a nova geração, tribalista como os cantores, já não tem paciência para ficar em frente a uma televisão, assistindo a um único canal. Esse jovem, cidadão do mundo, que mal conhece o vizinho da porta ao lado, quer ação, é hiperativo, recebe milhões de informações por minutos, mas acaba absorvendo uma pequena parcela de tudo que é transmitido.
Quer saber? Faço parte da geração da transição. Tenho conceitos tradicionais, vivo e respiro modernidade, mas como diria o sábio Mcluhan, os meios são extensões do homem e não o contrário. Eu também quero ser feliz, mas não quero viver uma virtualidade apenas, eu quero é sair, quero é viver!
Silvia Bocchese de Lima
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