¡Arriba, Gralha-Azul!
Alunos do Sesc PR são classificados para etapas internacionais de campeonato de robótica
Quão longe uma gralha-azul pode voar? A ave que é símbolo do Paraná e tem a tarefa de regenerar as florestas de araucária do estado, é também o nome de um dos grupos de robótica do Colégio Sesc São José do Sesc PR que alçará voos internacionais em 2025. Inspirados na gralha-azul, a equipe – plantadora de inovação e de conhecimento – participou durante o ano de 2024 de torneios e campeonatos de robótica e, em dezembro, na etapa nacional do Torneio Juvenil de Robótica (TJR ou ITR International-Tournament of Robots) – disputando com outras 114 equipes –, conquistou uma vaga para as etapas internacionais e participarão do torneio em setembro, em Santiago, no Chile. A trajetória dos 16 alunos teve início nas disputas regionais, quando competiram com outras 314 equipes. Agora, restam apenas 56 equipes, sendo quatro delas formadas por alunos do Sesc PR, a grande equipe Gralha-Azul.
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Equipe Gralha-Azul, do Colégio Sesc São José, é classificada para etapa internacional de torneio de robótica | Crédito imagem: Ivo Lima |
A competição é dividida nas modalidades de Sumô de Robôs, Cabo de Guerra, Festival de Dança de Robôs, Resgate no Plano, Resgate de Alto Risco, Viagem ao Centro da Terra e Registro Multimidiático, com divisão de acordo com a faixa etária dos estudantes. Os alunos do Colégio Sesc São José foram inscritos no nível três e disputaram nas modalidades Resgate no Plano, Viagem ao Centro da Terra e Registro Multimidiático.
ROBÓTICA
O projeto de Robótica do Sesc PR combina aprendizado prático, programação e criatividade. Os estudantes são estimulados a se envolver em desafios, a construir e a programar robôs, a desenvolver habilidades essenciais para o século XXI e a explorar as possibilidades múltiplas que a robótica oferece, como a inclusão digital em sua sociedade em constante evolução. De acordo com a diretora de Educação, Cultura e Ação Social do Sesc PR, Lidiane Cristiane Galvan, a robótica educacional possibilita uma abordagem pedagógica que proporciona ao aluno o conhecimento prático em tecnologia, mas também fomenta o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade. “Ao projetar, construir e programar robôs, os estudantes desenvolvem uma compreensão profunda das ciências da computação, engenharia e matemática, bem como a capacidade de aplicar esses conhecimentos em contextos do mundo real”, salienta.
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Torneio de Robótica | Crédito imagem: Ivo Lima |
Os cursos de robótica do Sesc PR são ofertados nos períodos da manhã, tarde e noite, nas salas do InovaLab em 17 unidades pelo estado nas modalidades pagas ou por meio de bolsas de estudo, sem restrição para participação.
PREPARAÇÃO
O pesquisador Helmut Sick, em Ornitologia Brasileira, descreve a gralha-azul como uma das aves mais inteligentes – depois das araras, dos papagaios e dos periquitos –. Ele afirma que a ave paranaense dispõe de uma complexa comunicação – composta por pelo menos 14 termos vocais bem distintos e bastante significantes –, impressionante capacidade de aprendizado, memória e de adaptação ao meio ambiente. Se uma nova comparação puder ser feita entre a equipe de robótica e a ave, os alunos também desenvolvem múltiplas habilidades e conhecimentos além da programação, com aprendizados de Mecânica, Eletrônica, Línguas e Matemática. “Fazer robótica é excelente para o currículo mas também para desenvolver outras habilidades. A lógica de montar o robô, programar vai agregar muito não apenas no colégio mas na minha vida. Na robótica é possível aplicarmos conhecimentos também de Matemática para calcular, por exemplo, a reflectância dos sensores; da Física na angulação que colocamos neles; da lógica e do espírito em equipe. Percebemos que não conseguimos fazer tudo sozinhos. O companheirismo é parte fundamental da robótica”, pontua o aluno Marco Antônio de Almeida Batista.
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Torneio de Robótica | Crédito imagem: Ivo Lima |
Mentor e orientador dos alunos, o professor Halyson Rodrigo Guerra conta que a preparação dos competidores passa pela parte técnica e emocional. “Toda a preparação dos alunos é para os desafios que serão cobrados na competição, como será a montagem do robô, sua programação. Para o TJR percebemos que o motor não tinha força suficiente para levantar a garra que estava muito pesada. Para resolver este problema, os alunos precisaram usar os conhecimentos de Física que estavam aprendendo no colégio e desenvolveram um esquema de engrenagens para dar uma força maior ao motor. Além da parte técnica, nos preocupamos com o emocional dos alunos, os preparamos para interagirem com outras equipes de maneira gentil, alegre e que torçam por outras equipes também”, pontua.
Na natureza, assim como a gralha-azul supera adversidades para regenerar as florestas de araucária, a equipe do Colégio Sesc São José supera desafios sociais e tecnológicos para levar o nome do Paraná a competições internacionais. Voe alto, Gralha-Azul!
Texto: Silvia Bocchese de Lima
Fotos: Ivo Lima e arquivo pessoal
Revista Fecomércio PR - nº 163
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