No ares do Paraná

Aviação comercial do Paraná cresceu. 
Hoje, o estado tem a maior malha aeroviária do Brasil
Desde janeiro de 2019, o aeroporto de Toledo está recebendo voos comerciais regulares (Crédito Imagem: Prefeitura de Toledo)




Numa época em que tempo é dinheiro, encurtar distâncias vale ouro. Anseio antigo dos moradores do interior do Paraná por alternativas comerciais mais ágeis no deslocamento até a capital do estado e acesso a aeroportos de todo o país, o modal aeroviário do estado foi ampliado. As linhas comerciais de voos diários e semanais que estavam restritas aos aeroportos de São José dos Pinhais, Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu, Maringá e Cascavel agora são ofertadas a mais 15 cidades paranaenses.
Desde 2019, as cidades de Pato Branco e Toledo, localizadas no Sudoeste e Oeste do estado, contam com voos diários operados pela companhia Azul, exceto aos sábados. A partir de setembro, os voos também serão realizados aos domingos. Em Ponta Grossa, na Região dos Campos Gerais, também
atendida pela Azul, os voos são regulares a Campinas (SP), às segundas, quartas e sextas-feiras, e
aos domingos.
Vista aérea da pista do Aeroporto Municipal de Pato Branco
Além de promover o desenvolvimento do turismo e dos negócios locais, o modal estimula os investimentos e proporciona agilidade nos atendimentos emergenciais. Entendendo a importância da
oferta regular de voos comerciais como uma indutora de novos negócios, o Sindicato Patronal do
Comércio Varejista de Pato Branco fez aporte de recursos nas melhorias do aeroporto municipal. A
pista será ampliada em mais 400 metros para que possa receber aviões de maior porte com capacidade para mais de 140 passageiros. O governo do estado já anunciou a liberação de recursos para obras de infraestrutura, que exigirá a desapropriação de terras e o traçado de uma estrada rural será alterado. “A cidade viverá um antes e depois da aviação comercial. Não apenas Pato Branco se beneficia, mas o Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina. As reformas no aeroporto municipal foram feitas com a ajuda da comunidade, com recursos dos governos municipal e estadual e das entidades sociais como o Sindicomércio Pato Branco”, revela Ulisses Piva, presidente do sindicato.

Voe Paraná
Em recente anúncio do governo do estado, foi lançado o programa Voe Paraná, novo pacote aéreo  regional com voos saindo do Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, com destino a 12 cidades de todas
as regiões do estado: Apucarana, Arapongas, Campo Mourão, Cianorte, Cornélio Procópio, Francisco
Beltrão, Guaíra, Guarapuava, Paranaguá, Paranavaí, Telêmaco Borba e União da Vitória. Esses municípios serão atendidos pela companhia Gol, em parceria com a empresa de táxi aéreo TwoFlew.
No início de setembro os bilhetes começarão a ser comercializados para os voos regulares a partir da
segunda quinzena de outubro.
Com esse programa, o Paraná passa a ter a maior malha aeroviária do país. “Este é o maior projeto
de voo regional da história do estado. Nosso planejamento sempre foi fazer com que a capital e o interior ficassem mais próximos, desenvolvendo o Paraná, levando mais indústrias para o interior e,
consequentemente, gerando mais emprego. Esse programa encurta distâncias”, pontua o governador
do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior.
Arapongas – uma das cidades que integram o programa Voe Paraná –, é polo moveleiro do estado e,
segundo o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidores do Estado do Paraná
(Sinca Paraná) e empresário local, Paulo Hermínio Pennacchi, aguarda com ansiedade a  disponibilidade de voos. “A cidade conta com mais de 200 indústrias de móveis e será de suma importância para o desenvolvimento dos negócios. O tempo de deslocamento de Arapongas
a Londrina para pegarmos um voo é o tempo de duração da viagem de avião de Arapongas a
Vista aérea da pista do Aeroporto Municipal de Toledo
capital, em torno de uma hora e 15 minutos. Um facilitador, sem dúvidas”, acredita Pennacchi.
Em 23 de julho desse ano, o governo do Paraná publicou o Decreto nº 2.173, que visa à implantação e
expansão das linhas aéreas regionais, nacionais e internacionais nos aeroportos localizados no estado;
entre as medidas previstas está a redução de base de cálculo na saída interna de querosene de
aviação. O texto diz que “a base cálculo do ICMS pode ser reduzida, até 31 de dezembro de 2025
(...), de forma que a carga tributária não seja menos que 7%”. Antes da publicação do decreto, a alíquota do ICMS sobre a querosene da aviação civil era de 18%. As empresas aéreas para receberem o incentivo devem se enquadrar nas regras do programa Paraná Competitivo, investir e aumentar suas
atividades no estado.

Modal Aeroviário
Em entrevista à Revista Fecomércio PR, em 2014, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e vice-governador do Paraná, Darci Piana, destacou que a falta de infraestrutura representava um
dos grandes gargalos para o crescimento econômico do estado e do Brasil. Em avaliação atual, Piana
pontua que os desafios a serem superados contemplam os modais de transporte rodoviário, ferroviário, portuário, hidroviário e aeroviário, além de mais investimentos em mobilidade urbana. “O modal mais utilizado em nosso país ainda o rodoviário, representando cerca de 60% do transporte interno e são fundamentais as construções de novas estradas. Além disso, o crescimento econômico apresentado pelo Paraná tem exigido investimentos nos aeroportos e o governo do Paraná tem aplicado recursos e desenvolvido não só o Afonso Pena, mas àqueles destinados à aviação regional. O programa Voe Paraná é exemplo disso”, explica.
A aviação comercial do Paraná tem trazido facilidades, rapidez nos deslocamentos e conseguido a proeza de reduzir, por exemplo, os 643 km entre Curitiba e Guaíra – percorridos via ônibus entre dez e doze horas –, a uma duração média de uma hora e 15 minutos.
Com o amplo desenvolvimento do modal aeroviário, o Paraná passa a estimular o desenvolvimento
econômico também por meio do turismo, possibilitando que os mais de 200 destinos turísticos do estado e os mais de 2.400 atrativos estejam ao acesso de um número cada vez maior de visitantes. “A empresa Latam terá mais de 70 voos semanais em nosso estado, a Azul e a Gol já anunciaram a ampliação dos voos no Paraná. Com o aumento na oferta de voos e novos assentos colocados
à disposição dos usuários, certamente teremos redução no valor dos bilhetes, o que contribuirá
com o turismo em nosso estado”, acredita Piana.

Novos Investimentos
No primeiro voo da Companhia Azul, em Pato Branco, o tradicional batismo
da aeronave. Esta prática é realizada em todo o mundo para celebrar
algum fato marcante de determinado voo
No início de agosto foi anunciado que o Aeroporto Internacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu, receberá a ampliação de 600 metros da pista, que permitirá receber voos internacionais e um fluxo de turistas cinco vezes maior. Para esta obra, serão investidos pelo governo do estado cerca de R$ 70 milhões. “O governo do Paraná vem fazendo um grande esforço junto ao trade turístico para ampliar a venda do Paraná para outros estados, principalmente São Paulo. Estamos dando um importante passo no turismo do nosso estado e estamos em um excelente caminho. O Sistema Fecomércio
está fazendo a sua parte. O Senac está qualificando pessoas e o Sesc tem atuado como uma grande
agência de turismo, promovendo o Paraná, com viagens baratas e de fácil acesso”, pontua Piana.


Programa de Parcerias e Investimentos (PPI)
Os aeroportos de Foz do Iguaçu, São José dos Pinhais, Curitiba e Londrina fazem parte do pacote anunciado pelo Governo Federal, no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), criado ainda em
2016, no governo Temer, que prevê a privatização dos empreendimentos. A ampliação da pista, em Foz do Iguaçu deve ocorrer antes da entrega à iniciativa privada. Após a ampliação, segundo a Agência de Notícias do Paraná, o aeroporto subirá de categoria para a concessão e valerá mais de R$ 1 bilhão.



Texto: Silvia Bocchese de Lima, com informações da Agência de Notícias do Paraná
Fotos: Agência de Notícias do Paraná
Revista Fecomércio PR - nº 131


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