Estrategicamente, Tanzânia
Dar es Salaam |
Localizada na África Oriental e voltada ao Sudeste do Continente Asiático, a Tanzânia é um dos países mais estratégicos do globo
Considerada o berço da humanidade, estável política e economicamente, a República Unida da
Tanzânia é, geograficamente, um dos pontos mais estratégicos do mundo. O país está localizado na África Oriental, voltado para o mercado do Sudoeste Asiático e próximo da Europa e da Oceania. Embora jovem em sua constituição, resultado da unificação dos países Tanganica e Zanzibar no
início da década de 1960, a Tanzânia passa por um momento de desenvolvimento estruturado, principalmente na agricultura e na indústria de transformação. Composto por uma população
de 53 milhões de pessoas, oriundas de 126 diferentes tribos, a Tanzânia teve um crescimento populacional na última década de mais de 30%, bem superior ao Brasil, que no mesmo período
teve um crescimento populacional de 8,96%. “A Tanzânia está entre os países com maior crescimento populacional e Dar es Salaam, antiga capital, está entre as dez cidades que mais crescem no mundo. Isto gera oportunidades de negócios em todos os segmentos, sejam em serviços, comércio ou indústria”, pontua o cônsul honorário da República Unida da Tanzânia, Jonathan Bittencourt.
Desde o fim de 2016, o governo tanzaniano vem transferindo as instituições governamentais de Dar es Salaam para a capital administrativa, Dodoma, localizada ao centro do país. Como ocorreu no Brasil, com a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília, a Tanzânia optou pela transferência da capital por questão de gerenciamento e estratégia logística. “Trata-se de uma transferência difícil e que não se faz de um dia para o outro. É um plano de longo prazo, em especial por questões de infraestrutura, afinal são 600 mil funcionários públicos que precisam ser transferidos”, salienta o cônsul.
Jonathan Bittencourt |
A Tanzânia pode ser vista como um ponto de distribuição e recepção de mercadorias, pelo porto de Dar es Salaam, já que possui fronteiras com oito países, sendo que Uganda, Burundi, Zâmbia, Ruanda e República Democrática do Congo não têm saída para o mar. “Se o empreendedor brasileiro tiver esta visão, não só de expansão dos seus negócios mas, eventualmente, de diversificação do mercado consumidor, a Tanzânia é um dos pontos mais estratégicos do mundo, servindo como uma alternativa para a entrada em países desenvolvidos e, além disso, é um polo de distribuição para outros países africanos ”, acredita Bittencourt.
Empreender da Tanzânia
Com inflação controlada na casa de 5 a 6% ao ano, a antiga colônia germânica e britânica, tem uma economia majoritariamente agrícola mas também se destacam setores como o turismo, que representa 15% do Produto Interno Bruno (PIB), e o minério, que tem o ouro como o sua principal commoditie. Receptiva a novos investidores estrangeiros, o país conta com um organismo chamado de Tanzania Investment Centre (TIC), ligado ao Ministério da Indústria, Comércio e Investimentos. Trata-se de um ponto de apoio ao investidor estrangeiro com projeto de investimento superior a US$ 500 mil, proporcionando suporte e resolução de todas as questões burocráticas para operar na Tanzânia. O TIC foi premiado no Continente Africano como uma das instituições mais organizadas, além de uma das principais facilitadoras para o empreendedor estrangeiro.
Função Consular
No cargo desde maio de 2016, Bittencourt é o primeiro, e até o momento, único cônsul honorário da
Tanzânia no Brasil e em toda a América Latina. Após a primeira visita à Tanzânia em 2012 para um projeto missionário-humanitário, o relacionamento de Bittencourt com o país passou a envolver o desenvolvimento de negócios e, posteriormente, a diplomacia. Bittencourt revela que tem efetuado investimentos próprios na área de saneamento básico, após acordo firmado com o governo da Tanzânia, e que ao longo de cinco anos visitou aquele país em torno de 50 vezes. Estas visitas o deixaram próximo de pessoas, tanto do setor privado quanto no setor público. A nomeação consular ocorreu após indicação, análise curricular e profissional, sabatina, e das aprovações dos Ministérios de Relações Exteriores da Tanzânia e do Brasil. Tendo como missão apoiar o governo tanzaniano no mercado brasileiro, Bittencourt entende a posição consular como estratégica para ambos os países. “Pretendemos estabelecer relações duradoras que possam trazer resultados positivos tanto para o lado
tanzaniano quanto para o brasileiro, fortalecendo as relações comerciais, culturais e estratégicas entre os dois países”, pontua.
Texto: Silvia Bocchese de Lima
Fotos: Bruno Tadashi e IStock
Revista Fecomércio PR nº 117
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