E vem chegando mais um presente grego...
Ainda hoje, podemos tirar proveito das histórias e estórias da civilização grega, suas lutas e seus heróis. Um episódio, certamente, fascinante é o da Guerra de Tróia, travada entre gregos e troianos. De forma estratégica, o exército grego fez com o que os habitantes de Tróia pensassem que as tropas haviam deixado suas terras.
De presente aos troianos, foi deixado um enorme cavalo de madeira. Cautelosos, inspecionaram o cavalo e como não verificaram problemas, deixaram o presente no centro de Tróia. Embebedaram-se e festejaram a vitória inesperada. Quando já haviam adormecido, o exército grego, que estava dentro do cavalo, saiu e tomou a cidade. A guerra estava ganha. Se formos analisar a história de nosso país, veremos que constantemente recebemos de presente “cavalos de madeira”. Primeiro, nos foi apresentado um quadro de honestidade, onde se podia visualizar a expectativa de mudança. Alguns temiam, mas a esperança falou mais alto. Aceitamos o presente. Na verdade, escolhemos o presente.
Hoje, ao voltarmos o olhar para o mesmo quadro, o que vemos são estrelas, não cadentes, mas decadentes. Dentro do cavalo de madeira, uma verdadeira alcatéia. Lobos em pele de cordeiro, ladrões querendo carregar sobre suas cabeças auréolas de santidade. E nós, povo, aceitando o presente.
Ao telefone, a simpática e insistente atendente de telemarketing tenta nos empurrar aquele cartão de crédito. Depois de longos minutos perdidos e de um invejável poder de persuasão, você acaba aceitando “as vantagens que só este produto pode lhe oferecer”. Somente ao receber a fatura, contendo o valor da anuidade, é que você percebe que recebeu um presente grego.Se formos procurar em nosso Estado, veremos que os presentes aqui são muitos. Aquele governador dos oito anos, que concedeu incentivos fiscais homéricos às montadoras de automóveis, sucateou a educação pública e para não esquecer, recuperou as estradas. Mas como diz a expressão que quando a esmola é demais, até o santo desconfia, logo vieram as concessionárias dos pedágios. Em cada boa estrada deste Paraná você irá encontrar o presente grego que o bondoso judeu nos deixou.
Sempre ouvi, também, a história bíblica, de que o homem tolo construiu, sobre a areia, a sua casa e com a chuva, a construção caiu.
Em nosso município, não foi uma residência, mas sim, uma escola. Não construída sobre a areia, mas sobre a serragem. Escola esta que não chegou a completar o seu primeiro aniversário, precisou ser interditada por não apresentar segurança em sua estrutura. Mais um presente grego.Também recebemos um colorido, mas inadequado Posto de Saúde. Para readequar a estrutura do local será necessário investimentos e mais dinheiro público deverá ser destinado às obras. E nós, aceitando mais este presente.Por fim, não poderia deixar de citar a casa em que serão velados os mortos, outro mega “Cavalo de Tróia”.
Até quando continuaremos aceitando bibelôs e festejando tão bondosos mimos? Até quando olharemos para o presente que recebemos com olhar de agradecimento sem desconfiarmos que por dentro daquele cavalo se esconde um exército inimigo?
Silvia Bocchese de Lima
De presente aos troianos, foi deixado um enorme cavalo de madeira. Cautelosos, inspecionaram o cavalo e como não verificaram problemas, deixaram o presente no centro de Tróia. Embebedaram-se e festejaram a vitória inesperada. Quando já haviam adormecido, o exército grego, que estava dentro do cavalo, saiu e tomou a cidade. A guerra estava ganha. Se formos analisar a história de nosso país, veremos que constantemente recebemos de presente “cavalos de madeira”. Primeiro, nos foi apresentado um quadro de honestidade, onde se podia visualizar a expectativa de mudança. Alguns temiam, mas a esperança falou mais alto. Aceitamos o presente. Na verdade, escolhemos o presente.
Hoje, ao voltarmos o olhar para o mesmo quadro, o que vemos são estrelas, não cadentes, mas decadentes. Dentro do cavalo de madeira, uma verdadeira alcatéia. Lobos em pele de cordeiro, ladrões querendo carregar sobre suas cabeças auréolas de santidade. E nós, povo, aceitando o presente.
Ao telefone, a simpática e insistente atendente de telemarketing tenta nos empurrar aquele cartão de crédito. Depois de longos minutos perdidos e de um invejável poder de persuasão, você acaba aceitando “as vantagens que só este produto pode lhe oferecer”. Somente ao receber a fatura, contendo o valor da anuidade, é que você percebe que recebeu um presente grego.Se formos procurar em nosso Estado, veremos que os presentes aqui são muitos. Aquele governador dos oito anos, que concedeu incentivos fiscais homéricos às montadoras de automóveis, sucateou a educação pública e para não esquecer, recuperou as estradas. Mas como diz a expressão que quando a esmola é demais, até o santo desconfia, logo vieram as concessionárias dos pedágios. Em cada boa estrada deste Paraná você irá encontrar o presente grego que o bondoso judeu nos deixou.
Sempre ouvi, também, a história bíblica, de que o homem tolo construiu, sobre a areia, a sua casa e com a chuva, a construção caiu.
Em nosso município, não foi uma residência, mas sim, uma escola. Não construída sobre a areia, mas sobre a serragem. Escola esta que não chegou a completar o seu primeiro aniversário, precisou ser interditada por não apresentar segurança em sua estrutura. Mais um presente grego.Também recebemos um colorido, mas inadequado Posto de Saúde. Para readequar a estrutura do local será necessário investimentos e mais dinheiro público deverá ser destinado às obras. E nós, aceitando mais este presente.Por fim, não poderia deixar de citar a casa em que serão velados os mortos, outro mega “Cavalo de Tróia”.
Até quando continuaremos aceitando bibelôs e festejando tão bondosos mimos? Até quando olharemos para o presente que recebemos com olhar de agradecimento sem desconfiarmos que por dentro daquele cavalo se esconde um exército inimigo?
Silvia Bocchese de Lima
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